Os carboidratos representam o grupo mais abundante de compostos encontrados em fontes naturais. Estes compostos podem realizar ligações especiais e assim conjugar-se com outras moléculas formando os glicosídeos. A literatura relata um grande número de glicosídeos com importantes atividades farmacológicas, a saber: ação antiinflamatória, antibiótica, antiviral, antitumoral, imunológica, anticoagulante e antiprotozoária. No entanto, para que seja sustentada a utilização destes compostos para os mais diversos fins, se faz necessário conhecer seu perfil toxicológico antes que seja realizada sua aplicação, assegurando que esta aplicação não desencadeie nenhum risco. O presente trabalho objetivou sintetizar o glicosídeo npropil 4,6-di-O-acetil-2,3-didesoxi-α-D-eritro-hex-2-enopiranosídeo, bem como avaliar a toxicidade deste composto através do bioensaio com Artemia salina Leach. Para isso, a molécula em questão foi sintetizada seguindo-se o protocolo descrito por Toshima e colaboradores sendo em seguida submetida ao bioensaio com Artemia salina Leach, conforme descrito por Meyer e colaboradores, nas concentrações de 10, 100, 500 e 1000 μg.ml-1. O glicosídeo foi obtido de forma eficiente com 89% de rendimento após 30 minutos de reação, apresentando aparência oleosa e translúcida, sendo caracterizado pelas técnicas espectroscópicas de IV e RMN 1H e 13C. Quanto ao teste de toxicidade, foi observado que nenhuma das concentrações desencadeou a morte de mais de 50% das larvas, concluindo-se que a concentração capaz de matar 50% dos indivíduos testados (CL50) encontra-se em um valor acima de 1000 μg.ml-1. A partir disto conclui-se que esta molécula se apresenta como não tóxica, o que possibilita o seu emprego nas mais diversas áreas da saúde e tecnologia.