O presente trabalho faz parte de uma pesquisa de mestrado tendo como uma das temáticas a Etnomatemática, relacionando o saber tradicional com o conhecimento acadêmico. A utilização dos saberes etnomatemáticos presentes no cotidiano das comunidades se tornou a motivação para muitos pesquisadores estudarem os contextos histórico-culturais desta ciência. Nesse sentido, o dia a dia nas comunidades tradicionais são repletos de saberes-fazeres, que servem de orientação para o surgimento de novas formas de compreender noções particulares de pensar e representar a própria existência nesses locais. Nessa perspectiva, pautando nosso olhar pelas concepções Etnomatemáticas de D’AMBROSIO (1998, 2005, 2011), GERDES (2007), KASTRUP (2007) e MONTEIRO (2001) conseguimos estabelecer relações e interconexões entre ideias matemáticas com outros elementos constituintes culturais. As pesquisas estão sendo realizadas em uma comunidade de características tradicionais chamada “Vila Cuéra”, situada no espaço rural do município de Bragança-Pa, às margens do rio Caeté. Diante disso, objetivou-se investigar os saberes etnomatemáticos latentes imbricados nos saberes-fazeres da comunidade de características tradicionais estudada, assim como as relações com a cultura, memória, meio ambiente, economia e a própria existência. O procedimento metodológico escolhido privilegia técnicas etnográficas, com o intuito de facilitar o entendimento da relação da ciência matemática com a comunidade escolhida, buscando estabelecer laços que auxiliem no processo de construção dos saberes etnomatemáticos observados. Por se tratar de uma pesquisa que está em andamento, os resultados aqui apresentados são de caráter parcial, as primeiras análises mostram a importância do uso dos saberes etnomatemáticos relacionados à geometria plana, espacial e analítica.