O envelhecimento populacional acarreta alterações biológicas, psicológicas e sociais, aumentando o número de patologias, como hipertensão arterial, diabetes, osteoporose, Alzheimer, distúrbios psiquiátricos, entre outras. Entre os referidos distúrbios, a depressão é o mais frequente nos idosos, embora a identificação desses pacientes seja muito difícil na prática clínica. Os idosos institucionalizados estão mais susceptíveis à depressão, pois são obrigados a se adaptar à nova rotina de horários, a dividir seu ambiente com desconhecidos e a suportar a distância familiar. O objetivo deste estudo foi verificar a relação entre os sintomas depressivos em idosos institucionalizados, variáveis sociodemográficas e morbidades autorreferidas. Trata-se de uma pesquisa de campo, quantitativo-descritivo. Os dados foram coletados em uma Instituição de Longa Permanência para Idosos, localizada no município de João Pessoa – PB. Participaram do estudo 22 idosos. Utilizou-se como instrumentos, um questionário sociodemográfico e de morbidades, e a Escala de Depressão Geriátrica (EDG). Os dados foram analisados com auxílio do SPSS versão 15.0. Esta pesquisa atendeu aos aspectos éticos dispostos na Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde. Prevaleceu a população feminina com 17 (77,3%), com média de idade de 80,64±6,97. Verifica-se o predomínio de 8 (36,4%) idosos, com faixa etária de oitenta a oitenta e cinco anos de idade. Em relação ao estado civil a maioria são viúvos (as), 10 (45,5%). Quanto à escolaridade, 11 (50,0%) dos idosos possuem ensino fundamental. Relacionado ao estado de saúde dos idosos, 12 (50%) idosos declararam ter a boa saúde, enquanto 5, (20,8%) idosos consideraram a saúde como regular, assim como 5 (20,8%) idosos consideraram a saúde como ruim, e apenas 2 (8,3%) idosos consideram sua saúde excelente. Em relação ao número de comorbidades, 10 (41,7%) idosos apresentaram de 6 a 7 morbidades. Quanto às morbidades relatadas pelos idosos, a visão prejudicada ocupa posição de destaque, pois foi referida por 19 (79,2%) deles. Além disso, os problemas de saúde mais frequentemente expressos pelos idosos foram respectivamente: hipertensão arterial (66,7%), doença gastrointestinal alta (37,5%), problemas de coluna (37,5%), e doença vascular periférica (37,5%). Pelo extenso grupo de alterações oculares no idoso, vê-se a razão da alta prevalência de visão prejudicada na população estudada. Acima dos quarenta anos, além de surgir a presbiopia, aumenta progressivamente a incidência de glaucoma, catarata, alterações vasculares do fundo de olho e degenerações maculares. Outra patologia de grande comprometimento nos idosos da pesquisa foi a hipertensão arterial. Representada pela elevada incidência e pelas sérias consequências que determina um dos mais importantes fatores de incapacidade e de morte prematura nas populações. A depressão é um dos distúrbios psiquiátricos mais comum em idosos, sendo sua incidência mais elevada em ILPIs e hospitais. Traçou-se o perfil dos idosos estudados, em sua grande maioria, era de mulheres viúvas, com apenas o ensino fundamental, apresentando um bom desempenho cognitivo, e com a média de idade de 80,04 anos. Pôde-se então concluir que, o gênero feminino, a viuvez, a idade avançada, a baixa escolaridade e a presença do grande número de comorbidades são fatores que contribuem para elevar a morbidade depressiva.