INTROCUÇÃO: O envelhecimento populacional é uma resposta à mudança de alguns indicadores de saúde, especialmente a queda da fecundidade e da mortalidade e o aumento da esperança de vida. O mundo está envelhecendo cada vez mais, de maneira que é estimado que a população idosa brasileira, chegará a 32 milhões no ano de 2020. Junto ao número crescente de idosos, torna-se visível o crescimento de cirurgias realizadas em pacientes acima de 60 anos, principalmente no que se refere a cirurgias ginecológicas. OBJETIVO: Caracterização de idosas internadas para cirurgias ginecológicas no período de Março de 2011 a Março de 2013 em um hospital especializado em Saúde da Mulher. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo descritivo e retrospectivo. Os dados foram obtidos através dos livros de registro hospitalar, disponíveis no hospital estudado, localizado no município de Santa Cruz/RN. Após a coleta dos dados, foi realizada a tabulação no Microsoft Office Excel 2007, com construção de gráficos e tabelas. Os dados foram analisados e discutidos a partir da literatura científica publicada na área. RESULTADOS: Durante o período estudado, 52 mulheres idosas deram entrada no hospital para realização de procedimento cirúrgico, sendo que 15 (29%) possuíam idade entre 60 e 64 anos, 9 (17%) entre 65 e 69 anos, 15 (29%) entre 70 e 74 anos, 8 (15%) entre 75 e 79 anos, 3 (6%) entre 80 e 84 anos, 1 (2%) entre 85 e 89 anos e 1 (2%) acima de 90 anos. No tocante ao tipo de procedimento realizado, 19 (36%) realizaram Histerectomia Vaginal, 12 (23%) Perineoplastia, 11 (21%) Curetagem Diagnóstica, 3 (6%) Colpoperineoplastia, 2 (4%) Cistopexia, 2 (4%) Cistopexia mais perineoplastia, 1 (2%) Biópsia, 1 (2%) Uretopexia, 1 (2%) Uretopexia mais Perineoplastia. Quanto ao tipo de indicação cirúrgica foram encontrados 19 (37%) que apresentaram prolapso, 9 (17%) Espessamento Endometrial, 8 (15%) rotura mais Incontinência Urinária de Esforço (IUE), 3 (6%) rotura, 2 (4%) IUE, 2 (4%) Pólipos mais Espessamento Endometrial, 1 (2%) Colpocistoretocele, 1 (2%) Correção de Períneo, 1 (2%) Retocele mais IUE, 1 (2%) Cistocele mais IUE, 1 (2%) Cistocele mais Rotura, 1 (2%) Cistocele mais Retocele, 1 (2%) Lesão Vegetante da Vulva e 2 (4%) não foram notificados. CONCLUSÃO: Os dados epidemiológicos evidenciados neste estudo apontam para grande percentual de procedimentos do tipo Histerectomia Vaginal, Perineoplastia e curetagem diagnóstica respectivamente e maior número de procedimentos em mulheres com idade entre 60 e 74 anos. Além disso, foi encontrado nos registros problemas de notificação e evasão de pacientes encaminhados aos procedimentos cirúrgicos. Portanto recomenda-se que mais estudos possam ser realizados na área, com finalidade de aprimorar a assistência de enfermagem a estas mulheres no tocante a prevenção destas possíveis patologias e diminuição da evasão das pacientes.