O universo dos romances gráficos ou, originalmente falando, ‘’graphic novels’’, apesar de se composto por obras riquíssimas, ainda sofre bastante preconceito por parte de diversos leitores, especialmente por ser, de maneira errônea, entendido por muitos como uma espécie de entretenimento que não possui profundidade artístico-literária. Ao lançar um olhar para este universo, podemos encontrar a obra de Chris Ware, chamada ‘’Jimmy Corrigan: O menino mais esperto do mundo’’, que narra, através de uma interessante e até mesmo inovadora articulação entre linguagens, duas histórias simples e comoventes. A central nos mostra a história de um solitário adulto de 36 anos, e, em paralelo, temos a história de seu avô, ambos os personagens repletos de tristezas e frustrações. Procuramos, através deste artigo, analisar a estrutura narrativa da obra e mostrar que essa história, recheada de sentimentos tão profundos como, por exemplo, a solidão e a tristeza, fora construída de maneira tão harmoniosa e surpreendente por meio de arte sequencial que não imaginamos outra forma desta nos ser apresentada. O percurso do trabalho foi realizado através de análise do romance gráfico e, além disso, através dos seguintes suportes teóricos: Ferreira (2010), Mccloud (2005), Eisner (1999), Goidanich (2011) e Gancho (2004).