A Biblioteca é um dos lugares mais encantadores da escola, porque nela são guardados os elementos mágicos da leitura que permeiam a imaginação das crianças. A Lei n.12.244/ prevê a universalização das bibliotecas escolares, e pretende reformular a ótica sobre o trabalho com leitura, pesquisa e atividades afins. Mesmo por força de Lei, ainda não é possível contar com Bibliotecas em todas as escolas, especialmente nas públicas, que acomodam a maioria dos estudantes brasileiros. Ainda que se constate a presença da Biblioteca Escolar, não se garante que a rotina desse espaço seja propício à formação de leitores, uso dos aspectos informacionais e mesmo culturais. A Biblioteca deveria ser o coração da escola, espaço para ver a literatura pulsar e se transformar em aprendizagem. Nesse cantinho onde estão mergulhados os tesouros da literatura, a alma de leitor de cada autor e também os melhores traços dos ilustradores, e é por isso que é um lugar tão amado pelas crianças. Destacamos que a ausência deste espaço ou mesmo o seu funcionamento precário, gera uma lacuna na formação literária das crianças, o que é lamentável, pois a literatura é fundante para o sujeito. Entre as diversas atribuições dos professores de Biblioteca, a mais importante é, certamente, a de ensinar às crianças esses passos no mundo da leitura. Nessa perspectiva, o desafio de pensar nas formas de ensinar a leitura torna-se urgente em nosso contexto educacional. Não apenas a leitura do aluno, mero expectador cotidiano que se divide entre a monotonia da leitura silenciosa e o encantamento com o espetáculo da leitura teatralizada, misturada às músicas e diversidade de recursos utilizados para a apresentação literária.
Este trabalho é o resultado de uma pesquisa com os professores de uma escola municipal do Recife e tem como objetivo analisar o discurso dos professores sobre o funcionamento da Biblioteca Escolar. Foram entrevistados vinte sujeitos, com objetivo de levantar dados empíricos sobre as atividades realizadas no cotidiano desse espaço e sua relação com a sala de aula. O critério para escolha do campo foi a presença de professoras nos dois turnos na biblioteca. Adotamos uma metodologia de análise quali-quantitativa dos dados, de modo que pudéssemos compreender se as atividades realizadas na biblioteca comungam com o espaço da sala de aula e com o fazer pedagógico dos professores. Os resultados apontam a necessidade de maior integração entre as atividades realizadas neste espaço e a sala de aula, dentre os aspectos mais relevantes.