INTRODUÇÃO: A punção intraóssea (PIO) na reanimação cardiopulmonar consiste em uma via rápida e segura para a administração de medicamentos e fluidos, sendo a segunda opção indicada quando o acesso venoso não pode ser obtido imediatamente. Seu uso é recomendável pela American Heart Association no atendimento pré-hospitalar a pessoas de todas as faixas etárias em estado crítico. Entre os sítios mais indicados para a PIO estão a porção proximal da tíbia, o osso esterno, os maléolos medial e lateral, a porção distal do rádio, da ulna e do fêmur, bem como a espinha ilíaca anterior superior. Considerando-se que as urgências e emergências cardiovasculares são mais comuns na população geriátrica e que esta possui especificidades decorrentes do envelhecimento, este trabalho tem o objetivo de refletir sobre os desafios para a PIO em urgências e emergências geriátricas pré-hospitalares. METODO: Trata-se de uma reflexão acerca da experiência na assistência de enfermagem e no núcleo de educação permanente em um serviço de atendimento pré-hospitalar móvel situado no município de Natal, Rio Grande do Norte. RELATO DE EXPERIÊNCIA: Além de a pessoa idosa estar mais exposta à ocorrência de agravos cardiovasculares, existem declínios fisiológicos decorrentes do envelhecimento que dificultam a obtenção de uma via de acesso intravenoso com rapidez nestes indivíduos. A PIO é recomendada como segunda opção para o atendimento de urgência e emergência e observa-se que nas pessoas idosas é dificultada pela maior fragilidade óssea destes indivíduos, tornando-os mais susceptíveis às fraturas e lesões por esmagamento, bem como maior sensibilidade à dor. Vale salientar ainda que a pessoa idosa, em virtude de suas fragilidades, está mais exposta às complicações do procedimento, como extravasamento de medicações, síndrome do compartimento da extremidade inferior e osteomielite. CONCLUSÃO: A PIO deve ser obtida por enfermeiros habilitados e é fundamental que, quando realizada em pessoas idosas, o profissional saiba reconhecer as especificidades do envelhecimento que possam comprometer o sucesso da reanimação, especialmente no âmbito pré-hospitalar, que se constitui como o primeiro atendimento e, portanto, é determinante na sobrevivência da vítima.