Este trabalho propõe expor e discutir, através de uma análise baseada nos estudos de gênero, a desconstrução do sistema patriarcal disposta em A Bolsa Amarela, livro infanto-juvenil escrito por Lygia Bojunga Nunes, em 1976, que muito contribui com o quadro brasileiro de obras literárias destinadas às crianças. Os estudos que norteiam este trabalho estão fundamentados nos aportes teóricos “Por uma literatura sem adjetivos”, de Maria Teresa Andruetto (2012), que discute as temáticas e o espaço destinados à literatura infanto-juvenil; “Aspectos instigantes da literatura infantil e juvenil”, de Ricardo Azevedo, seção presente no livro “O que é qualidade em literatura infantil e juvenil - Com a palavra o escritor (2005)” e que explica os porquês e a necessidade de apresentarmos a literatura às crianças; “Os estudos de gênero e a literatura”, de Lúcia Osana Zolin, capítulo presente no livro “Teoria literária: abordagens históricas e tendências contemporâneas (2009)” que faz um apanhado histórico das contribuições feministas para a relação entre os estudos de gênero e a literatura; e Memórias de uma moça bem-comportada (1991), escrito por Simone de Beauvoir, que traz uma reflexão, através da ficção, sobre suas vivências em uma sociedade patriarcal. Visamos colaborar, através deste trabalho, com os estudos que relacionam literatura infanto-juvenil aos estudos de gênero e sua influência no desenvolvimento do educando, além de, consequentemente, colaborar com a reflexão de sistema patriarcal que tem regido e norteado, majoritariamente, as condições e atitudes de nossa sociedade em diversas circunstâncias.