Introdução: O envelhecimento da população brasileira configura-se como um fenômeno que tem se tornado alvo de discussão, principalmente nas áreas que envolvem a atenção à saúde do idoso e as políticas públicas. O Brasil elaborou em 1994, a Política Nacional do Idoso, posteriormente substituída pela Política Nacional de Saúde do Idoso (PNSI). Em 2003 houve a implantação do Estatuto do Idoso, e em 2006, a consolidação do Pacto pela Saúde, que substituiu a PNSI pela Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa (PNSPI). Mesmo diante de tais conquistas e avanços para a atenção à saúde dos idosos, ainda permanecem desafios que impedem a efetivação prática de tais políticas. Observa-se uma carência de discussões acerca dos direitos aos quais os idosos possuem, principalmente quando se refere àqueles residentes nas Instituições de Longa Permanência de Idosos (ILPI) no Brasil.Objetivo: Investigar as ações desenvolvidas na atenção primária em saúde direcionadas aos idosos institucionalizados do ponto de vista dos gestores municipais do Brasil, além de verificar a consonância das diversas realidades estudadas com a Política Nacional de Atenção Básica.Metodologia: Estudo de campo, de natureza qualitativa, sendo classificado como observacional e analítico, realizado em 10 municípios brasileiros distribuídos nas 5 regiões geográficas acrescidos do município de Natal, RN. Foram entrevistados 28 gestores municipais, sendo 11 secretários municipais de saúde, 6 coordenadores de saúde do idoso 11 coordenadores de saúde bucal. Utilizou-se a entrevista semi-estruturada para a coleta das informações. Os dados foram processados de acordo a análise estatística realizada pelo software ALCESTE versão 4.9.Resultados: A análise resultou em um aproveitamento de 76% do corpus. A classificação hierárquica descendente determinou 5 classes temáticas. O tema central da classe 1 foi a “consolidação da estratégia de saúde da família”, evidenciando nos discursos que existe ainda a necessidade de melhorias desse modelo de atenção nos municípios investigados . A classe 2, que foi a mais expressiva, foi denominada “o idoso na estratégia de saúde da família”, apontando que nos municípios já há a inserção dessa faixa etária na programação das ações da ESF, entretanto ainda mostra-se insipiente. A classe 3, intitulada “dificuldades no gerenciamento dos profissionais de saúde”, demonstrou que essas são um obstáculo a ser resolvido no sentido de consolidar a ESF. A classe 4 foi denominada de “política local e as ações de saúde”, que mostra a interferência da política local na efetivação da atenção em saúde. A classe 5, “necessidade da atenção especializada em saúde”, sobretudo direcionada aos idosos, indica claramente os limites da atenção primária em saúde.Conclusões: Os resultados demonstram os grandes dilemas para o funcionamento e progressão da atenção primária em saúde no Brasil. Assim, diante dos discursos colhidos e analisados, percebe-se que as ações específicas direcionadas aos idosos compõe uma preocupação para os gestores na atenção primária em saúde, o que não se observa em relação aos idosos institucionalizados. As ações implementadas simbolizam uma atenção ainda fragmentada, ou seja, bem distante do que é preconizado nas Políticas de saúde pública aos idosos.(Apoio: CNPq - 402502/2005-1)