A expectativa de vida elevada faz nascer interesse evolutivo entre diferentes setores da sociedade brasileira e traz a necessidade de tentar compreender as especificidades e as necessidades desse grupo populacional. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), o perfil etário brasileiro, em 2009, era de 21 milhões de pessoas idosas, e para 2025 a estimativa é crescente, com expectativa de 33 milhões de pessoas acima de 70 anos. Mas, mesmo com as transformações demográficas assemelhadas ao dos países do dito primeiro mundo, não é possível dizer que as grandes metrópoles urbanas no Brasil têm a capacidade de suprir essas transformações de maneira qualitativa. Este trabalho objetiva descrever o elo de violência na relação familiar contra idoso na perspectiva de descrever os maus tratos no convívio familiar. Tratou-se de uma pesquisa descritiva de abordagem quanti-qualitativa, de revisão sistemática, constituída de artigos científicos contemplando à temática envolvida pela população idosa. Para nortear a busca utilizou-se os descritores “violência”, “idosos”, “domicílio”. Foram realizadas pesquisas no Scielo, através da plataforma DeCS, encontrando-se 61 artigos. Analisou-se como critério de inclusão os artigos que se adequaram a temática do assunto aqui discutido, e exclusão os demais anos, contabilizando-se a um total de 30 estudos, após analisados e revisados criteriosamente. Os conteúdos resultaram em 10 pesquisas, entre os anos de 1994 a 2013, disponíveis na integra e na língua portuguesa. Mediante a construção desses significados, evidenciou-se uma visão polarizada que colocou o idoso como vítima e a família como responsável por não ser capaz de oferecer um espaço digno de cuidados àquele naturalmente mais frágil. Pode-se pensar a partir desse estudo, que os aspectos que sustentam a "coisificação" do idoso vão se estabelecendo de acordo com a qualidade dos vínculos anteriores e à medida que o idoso não exerce mais relações igualitárias com os membros de sua família, passando a demandar mais do que ofertar ou a não ocupar o mesmo lugar que lhe conferia poder nas relações. Soma-se a isso, a desvalorização social da velhice, principalmente quando seguida de dependência e os valores presentes na sociedade contemporânea voltados mais para a individualidade e a autor realização pessoal. No processo de trabalho, os profissionais de saúde estão expostos cotidianamente aos diferentes tipos de violência. Diante desse fato, torna-se necessário um processo de sensibilização constante, através da educação continuada ou permanente e que se caracterize por oferecer espaço para o diálogo, que possibilite uma necessária reflexão pessoal e profissional, uma vez que uma não pode prescindir da outra, pois o trabalho com violência exige o pensar para além das fronteiras disciplinares, para que assim se possam gerar melhores estratégias de escuta e de intervenção. Visando ampliar continuamente o campo de conhecimento acerca da violência familiar e as possibilidades de agir profissionalmente no sentido de combatê-la, propõe-se que futuros estudos abordem se a ambiguidade na definição dos atos de violência gera ambivalência no profissional, impedindo-o de dar visibilidade à mesma.