Introdução: pelo processo do envelhecimento ocorrem vários agravos que comprometem a saúde e o bem estar dos idosos. Neste sentido, as quedas apresentam-se como a primeira causa de acidentes em pessoas com 60 anos ou mais. Objetivo deste estudo foi avaliar o perfil e os fatores de risco envolvidos nas quedas de idosos atendidos no Pronto Atendimento de um hospital universitário público, referência em atendimento ao trauma. Trata-se de um estudo transversal, retrospectivo, quantitativo com dados secundários, do ano de 2014. Metodologia: foram analisados prontuários de idosos, portadores de doenças crônico degenerativas,vítimas de queda, usuários do serviço de emergência. Os dados foram coletados utilizando um questionário estruturado e validado, posteriormente digitados, codificados e analisados. Resultados: Durante o período do estudo ocorreram 861 atendimentos por queda. A população foi composta por 234 indivíduos que permaneceram em observação e/ou internados por 24 horas ou mais na instituição hospitalar. Foi observado, a predominância das quedas na faixa etária entre de 60 a 70 anos 97 (41,5%) e maior frequência no sexo feminino 146 (62,4%). As atividades no lar esteve presente em 70 (29,9%) dos prontuários.O local da queda com maior frequência de registros é no domicílio 183 (78,2%), tendo como motivo a queda da própria altura 173 (73,9%). Quanto aos fatores de risco para queda, foi verificado que 175 (74,8%) não possuem problemas visuais ou auditivos e a doença crônica está presente em 152 (64,95%) idosos. Das doenças crônicas prevaleceu foi a hipertensão arterial sistêmica em 64 (27,4%) dos idosos, o AVC (Acidente vascular cerebral) e/ou doenças circulatórias em 11 (4,7%) idosos e os transtornos psiquiátricos em 10 (4,3%). O etilismo foi encontrado em 21 (9,0%) prontuários.A maioria das quedas ocorreu no turno vespertino 97 (41,5%).Registros de quedas anteriores estiveram presentes em apenas 7(3%) dos prontuários. Quanto ao comprometimento dos membros e dificuldades em deambular foi encontrado em 14 (6,0%). O uso de medicamento contínuo aparece em 226 (96,6%) prontuários, enquanto que a doença crônica foi registrada em 152 (64,9%) prontuários. O uso de medicação sem prescrição médica aparece em87 (38,5%) prontuários. Daqueles que fazem uso de medicação 39 (16,7%) utilizam apenas uma, 27 (11,5%) duas medicações e 23 (9,8%) três medicações. Os anti-hipertensivos são os medicamentos mais usados pelos idosos 124 (53,0%), seguido dos anti-diabéticos 36(15,4%) e diuréticos (33%). Conclusão: O estudo evidenciou um elevado número de idosos que fazem uso de medicação contínua mas que não tem a informação de possuírem doença crônica e que esta, assim como a poliarmácia pode estar associada a vulnerabilidade dos idosos a queda.