A doença renal crônica (DRC), além de uma epidemia, vem se tornando um dos principais problemas de saúde pública. O número de pacientes idosos em tratamento dialítico vem crescendo em âmbito mundial devido ao aumento da expectativa de vida e consequente aumento da prevalência de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT). Juntamente com a progressão da DRC, o tratamento por hemodiálise causa prejuízos e limitações na saúde e bem-estar geral do idoso. Neste interim, a educação em saúde pode ser considerada uma estratégia no sentido de estimular mudanças de comportamento e do estado de saúde, destacando a importância da equipe multiprofissional neste processo de cuidado, na orientação e construção de novas formas que atendam as necessidades específicas dos idosos. Há a necessidade de se trabalhar as intervenções primárias para identificar os grupos de riscos, promovendo junto aos mesmos a prevenção de agravos para evitar a evolução desfavorável da doença. Diante do exposto, o presente estudo tem como objetivo analisar o conhecimento dos idosos sobre a doença renal crônica e o tratamento hemodialítico. Trata-se de um estudo transversal desenvolvido com idosos atendidos em Unidades Básicas de Saúde (UBS) situadas no Nordeste brasileiro. A amostra foi composta por 100 indivíduos e seu cálculo se deu a partir d aplicação da seguinte fórmula: : n=z2α*P*Q/E2. A fase de coleta dos dados se deu entre os meses de janeiro a abril de 2015, através de instrumento elaborado para tal finalidade.Os dados coletados foram organizados em planilhas do Microsoft Office Excel e processados pelo IBM SPSS Statistic, realizando-se análise da estatística descritiva (média, mediana, desvio padrão, mínimo, máximo e os valores relativos), com verificação da normalidade dos dados por meio do teste de Kolmogorov-Smirnov. Quanto aos aspectos éticos, a presente pesquisa fora aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, sob o nº de protocolo 912.088. Em relação ao nível de conhecimento dos idosos cadastrados em atividades grupais nas UBS, 54% demonstraram um conhecimento inadequado sobre a DRC, sendo que 82% apresentavam conhecimento pouco inadequado ou inadequado. Quando indagados sobre as formas de prevenção dessa doença, 36% deles também demonstraram inadequação do conhecimento, sendo que 58% detinham um conhecimento insuficiente ou inadequado. Ademais, no concernente ao tratamento, obteve-se que 49% dos idosos apresentavam conhecimento inadequado e 79% detinham conhecimento pouco adequado ou insuficiente. A partir do presente estudo pode-se concluir que o número de idosos participantes de atividades grupais em UBS com conhecimento insuficiente (pouco adequado ou inadequado) sobre a doença renal, suas formas de prevenção e tratamento dialítico, se trata de dado alarmante. Apesar da insuficiência de conhecimento no que diz respeito a esses três aspectos, as formas de prevenção da DRC constituem conteúdo melhor compreendido por esses idosos, de modo que 42% apresentaram índices satisfatórios nesse quesito. Tal fato demonstra o enfoque prioritário das ações educativas sobre a prevenção no contexto da atenção primária à saúde (APS).