SANTOS, Amilton Goncalves Dos et al.. Um ser-tão outro: dois pontos, duas vistas. Anais I CONIDIS... Campina Grande: Realize Editora, 2016. Disponível em: <https://editorarealize.com.br/index.php/artigo/visualizar/24216>. Acesso em: 15/11/2024 00:46
O presente trabalho resulta da articulação de dois pontos de vista sobre o Sertão, a partir de um discurso biográfico das experiências no Sertão Baiano de dois mestrandos em Educação, Cultura e Territórios Semiáridos da Universidade do Estado da Bahia, que se propuseram a analisar, através das suas memórias, o processo construtivo da concepção de Sertão. Objetiva-se discorrer sobre a apreensão da ideia de sertão a partir da relação entre o que se veicula em materiais bibliográficos e meios de comunicação e os relatos de experiências desses dois sujeitos que vivenciam a realidade do sertão baiano. Nesse percurso, apresenta também uma representação do sertão a partir de uma perspectiva endógena e exógena, fomentando a compreensão de pontos de vista acerca da idealização desse espaço territorial. Descrevem como os livros, novelas, filmes, seriados, jornais, TV e vários outros canais de comunicação perpetua a construção imagética na concepção de sertão como território inóspito, hostil e selvagem, de fome e miséria, de seca e do chão rachado, de carcaças de animais mortos e das folhas secas. Nesse sentido, traz a educação escolar (básica e superior) como produtora de um movimento de cristalização e re-significação da imagem, dizibilidade e visibilidade do Sertão, numa dicotomia entre urbano, rural e litoral. As diferentes representações estabeleceram pontos de convergência em relação à influência de um discurso que reforça estigmas negativos sobre este espaço e tornando invisíveis as suas potencialidades, vocações, saberes, culturas e possibilidades. Pretende-se por meio deste estudo contribuir para uma reflexão sobre a forma de representação e (re)construção da ideia de Sertão.