As cactáceas estão amplamente distribuídas no semiárido brasileiro devido a sua adaptação às condições climáticas locais, que apresentam baixos índices pluviométricos e elevadas temperaturas. Nessa região, especialmente em épocas de longas estiagens, muitas espécies de cactos são utilizadas por agricultores como forragem na tentativa de salvar o gado. Entretanto, também existem relatos que espécies de cactáceas têm sido utilizadas como medicamento, ornamentação e alimentação humana. Levando-se em consideração a importância das cactáceas na região semiárida nordestina, objetivou-se discorrer acerca das principais cactáceas de interesse, tais como a palma forrageira, mandacaru, facheiro, xiquexique e coroa-de-frade. Através de consultas sistemáticas a literatura especializada, percebeu-se que ambas as espécies são utilizadas especialmente como forragem de bovinos e caprinos na região objeto da investigação, com considerável quantidade de estudos publicados abordando o potencial desses cactos como alimentação alternativa de animais. Apesar disso, alguns autores têm investigado o potencial agroindustrial dessas cactáceas, seja por meio de pesquisas de caracterização química, física, físico-química e fotoquímica, ou através de estudos de secagem, processamento e armazenamento de novos produtos adicionados parcialmente e em sua totalidade de cladódios ou frutos das espécies de cactáceas investigadas. Ainda que a demanda por produtos a base de cacto seja praticamente inexistente no Brasil, esses trabalhos são relevantes para conhecimento de todo o potencial econômico dessas espécies de ocorrência no semiárido do Nordeste, especialmente por se constituir em opção de renda complementada para agricultores.