Introdução: O progressivo crescimento da faixa etária idosa traz a necessidade do estudo cada vez maior das principais patologias que acometem essa população e, dentre estas, estão aquelas que cursam com lombalgia crônica, condição clínica bastante prevalente e incômoda para esses indivíduos. Objetivo: Analisar a epidemiologia da lombalgia crônica no idoso, identificando suas principais etiologias e fatores de risco associados. Metodologia: Foi realizada uma busca ativa em bancos de dados científicos, entre eles: Scielo, PubMed e periódico CAPES. Foram analisados artigos nos idiomas inglês e português, num total de oito estudos, entre 1996 e 2008. Resultados: A lombalgia crônica é um sintoma relativamente comum no idoso, com prevalência variando entre 27 e 49% nos artigos estudados. No entanto, Cecchi F et al. (2006) afirmaram que a maioria dos pacientes idosos apresenta etiologia da dor lombar desconhecida. Corroborando essa ideia, Manchikanti L et al. (2004) disseram que apenas em até 15% dos casos de dor lombar crônica é possível determinar a etiologia da dor. Reis L et al. (2008), em um estudo realizado na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, analisaram os prontuários de pacientes com idade igual ou superior a 60 anos, onde constataram uma prevalência de 33,6% de lombalgia, sendo predominantemente em mulheres entre 60 e 69 anos. Ainda verificaram que 47,73% apresentavam lombalgia de causa desconhecida; 43,18% tinham lombalgia crônica; e 59,09% com irradiação para os membros inferiores. Com relação ao sexo, Astin M et al. (1996) afirmaram que mulheres referem mais sintomas dolorosos do que os homens. Dos artigos analisados, as causas conhecidas da dor foram mencionadas em dois grupos: as não mecânicas, com destaque para fraturas relacionadas à osteoporose, metástases, estenose do canal lombar e causas infecciosas, como a tuberculose; e as mecânicas, onde estão àquelas relacionadas ao sistema musculoesquelético, tais como a osteoartrose, bastante prevalente na população geriátrica. Na idade avançada, o estresse e fatores psicossomáticos estão bem menos relacionados com a lombalgia. No que se refere aos fatores de risco para dor lombar, Hartvigsen J et al. (2004) disseram que o risco de dor aumenta com o maior número de fraturas vertebrais por compressão; já Nevitt MC et al. (2005) citaram baixo índice de massa corporal, fumo, baixo consumo de leite, sedentarismo e queda como fatores independentes para o risco de uma primeira fratura vertebral, enquanto mulheres em uso de estrogênio e com prática regular de exercícios físicos têm baixo risco. Conclusão: A partir da análise dos artigos estudados, constata-se que há uma elevada prevalência da lombalgia crônica na população idosa, onde uma quantidade considerável é considerada inespecífica ou de etiologia desconhecida. Mesmo assim, a correta identificação, quando possível, das causas e fatores de risco se torna indispensável na prevenção e tratamento desse evento incômodo e, por vezes, incapacitante.