INTRODUÇÃO: De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a concentração de hemoglobina (Hb) em adultos abaixo de 12g% no sexo feminino e 13g% nos homens podem definir anemia. Porém, em mulheres pós-menopausa, talvez por cessarem as perdas sanguíneas mensais, ocorre uma elevação percentual da Hb até níveis masculinos aos 60-65 anos.OBJETIVO: Investigar o aumento nos valores da hemoglobina em mulheres hipertensas na pós-menopausa, e comparar os parâmetros do eritrograma com valores de referência para o sexo feminino a fim de diagnosticar anemia incipiente.METODOLOGIA:Estudo transversal com abordagem quantitativa. Participaram do estudo 45 mulheres hipertensas atendidas em uma unidade básica de saúde de Campina Grande – PB e acompanhadas pelo programa Hiperdia com idade igual ou superior a 55 anos. Foram excluídas do estudo mulheres com menos de 55 anos e que recebiam tratamento para qualquer tipo de anemia. As amostras de sangue foram obtidas em visita ao Hospital Universitário Alcides Carneiro. Para a realização do eritrograma, foram colhidos 2ml de sangue periférico em sistema à vácuo com tubos contendo EDTA. Conforme métodos laboratoriais clássicos foram determinados os seguintes parâmetros hematológicos: número global de eritrócitos, dosagem de hemoglobina (Hb), hematócrito e cálculos dos índices hematimétricos – volume corpuscular médio (VCM), hemoglobina corpuscular média (HCM), concentração de hemoglobina corpuscular média (CHCM) e o índice de variação do tamanho das hemácias (RDW).RESULTADOS: Das 45 mulheres, a média de idade foi de 67 ± 7 anos, dentre elas 25 (55,6%) eram idosas, de acordo com a idade estabelecida pela OMS. Conforme análise dos eritrogramas, 15,5% apresentaram número de hemácias abaixo da normalidade e 2,2% acima; 11,1% estavam com hematócrito baixo; 17,7% apresentaram um VCM acima do normal, enquanto que 2,2% apresentaram valores abaixo da normalidade; o valor de HCM estava aumentado em 6,6% e diminuído em 2,2%; 13,3% apresentaram valores de RDW inferiores à normalidade. Quanto aos valores de Hb e CHCM, nenhuma paciente apresentou alteração e os valores médios obtidos estavam entre 13,5 ± 1 e 89,2 ± 5,5 respectivamente. É importante destacar que 73,3% da amostra não apresentou nenhum tipo de alteração no hemograma e que a maioria dos eritrogramas normais pertenciam à mulheres com média de idade entre 65,5 ± 6,8 anos. Diante dos resultados é necessário investigar hemogramas anteriores a fim de verificar evolução dos percentuais nos valores alterados, a fim de evitar um quadro mascarado de anemia discreta. CONCLUSÃO: A normalidade na maioria dos parâmetros de referência no eritrograma das mulheres pós-menopausa não descarta a possibilidade de uma anemia incipiente uma vez que os níveis de hemoglobina não apresentaram valores semelhantes ao sexo masculino e os demais parâmetros mostraram discretas alterações, daí a necessidade de melhor interpretação do hemograma por faixa etária e de programas de saúde para a prevenção e o controle da anemia.