INTRODUÇÃO: O seguimento terapêutico é um fenômeno multifatorial e representa um dos grandes entraves para o controle glicêmico. OBJETIVO: identificar o seguimento terapêutico e os fatores associados em idosos diabéticos. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo seccional, quantitativo, realizado no Núcleo de Atenção ao Idoso (NAI/UFPE), com todos os idosos portadores de diabetes cadastrados no serviço entre janeiro de 2006 a dezembro de 2010, resultando em 150 idosos. A coleta de dados ocorreu entre os meses de fevereiro a setembro de 2011, mediante aplicação de roteiro de entrevista semi-estruturado. Em seguida, os dados foram analisados utilizando-se o Programa Statistical Package for Social Sciences (SPSS) for Windows, versão 17.0, através do Teste Qui-Quadrado de Pearson ou Teste Exato de Fisher, ambos com nível de significância de 5% e intervalos de 95% de confiança. Ressalta-se que o protocolo de pesquisa foi aprovado pelo CEP/CCS/UFPE (CAEE 0485.0.172.000-10) e os entrevistados realizaram a assinatura ou impressão digital do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. RESULTADOS: Dos 150 idosos diabéticos entrevistados, 73,3% eram do sexo feminino, 54,7% estavam na faixa de 60 a 69 e apenas 10,6% tinham acima de 80 anos, 51,3% eram casados, 60,0% viviam com cônjuge e familiares, 41,3% possuíam mais de 9 anos de estudo, 62,7% eram aposentados, 52,7% recebiam de 1 a 2 salários-mínimos e 66,0% contribuíam totalmente para o sustento da casa. Avaliando-se o seguimento terapêutico autorreferido dos idosos diabéticos, a adesão parcial foi predominante (66,7% dos participantes), seguido de 27,3% de adeptos integrais e 6,0% restante de não adeptos. Na análise bivariada, as variáveis associadas ao seguimento terapêutico autorreferido foram: autopercepção da saúde (p<0,038), crenças no uso dos remédios para controlar o diabetes (p<0,001), entendimento das explicações sobre o diabetes (p<0,005) e profissional responsável pelas orientações sobre o tratamento (p<0,028). CONCLUSÃO: O seguimento integral ao tratamento é baixo, podendo está relacionado à forma como o idoso define a sua saúde, as crenças construídas ao longo da vida, o entendimento das explicações sobre o diabetes e o profissional responsável pela assistência.