Introdução: O envelhecimento humano vem acompanhado de um desgaste físico funcional do corpo e da mente, bem como de uma diminuição das respostas fisiológicas às ações do meio. Isto acaba por alterar a qualidade de vida das pessoas em processo de envelhecimento, especialmente, no que tange à independência e autonomia. Dentre as alterações comuns com o processo de envelhecimento encontramos a incontinência urinária (IU) que, além de possuir múltiplas etiologias com grande complexidade terapêutica, gera um enorme impacto sobre a qualidade de vida dessas pessoas. A prevalência da IU no idoso tem índices consideráveis e as principais causas são: alterações teciduais da senilidade que comprometem o trato urinário inferior e o assoalho pélvico, alterações do sistema nervoso, poliúria noturna, alterações psicológicas, hiperplasia prostática benigna, doenças concomitantes e efeitos colaterais de medicamentos. Objetivo: Revisar sistematicamente o impacto ocasionado pela incontinência urinária no processo de envelhecimento e a importância da assistência de enfermagem geriátrica diante deste acontecimento. Metodologia: Trata-se de uma revisão sistemática de artigos científicos. A identificação dos artigos foi realizada através de busca bibliográfica nas bases de dados do Scientific Eletronic Library Online e Biblioteca Virtual em Saúde, realizada no período fevereiro a abril de 2013. Para a construção foram utilizados os descritores: Idoso, qualidade de vida, incontinência urinária e enfermagem geriátrica. A busca bibliográfica resultou em 37 artigos científicos, desse total, foram selecionados 19 artigos que serviram de norteadores para o estudo. A seleção dos artigos baseou-se na conformidade do tema ao objetivo do trabalho, tendo sido desconsiderados aqueles que, apesar de aparecerem no resultado da busca, não abordavam a temática proposta. Resultados: A partir dos artigos analisados é possível perceber que a IU é erroneamente vista como um processo natural do envelhecimento e que os seus distúrbios acabam por afetar diversos aspectos da vida, não só o físico, como também o social, psicológico, ocupacional, doméstico e sexual. Muitos idosos acabam mudando sua rotina de vida diária e isolando-se. Deixam de frequentar festas, casas de amigos e familiares; muitas vezes impedem visitas a sua própria casa, com receio de que as pessoas percebam o odor de urina. Diante disso a enfermagem é responsável por avaliar, orientar e estimular modificações comportamentais e mudanças dos hábitos do idoso que possam contribuir para a diminuição de episódios de perdas urinárias, associando um retreinamento da bexiga como tratamento não cirúrgico. Conclusão: Podemos verificar que a IU não deve ser vista como uma patologia do envelhecimento, mas entendida como uma consequência de várias alterações decorrentes do processo de envelhecimento. Com o aumento da expectativa de vida é preciso qualificação e desenvolvimento de aptidões para identificar e tratar a IU na população idosa, o que pode influenciar significativamente na sua qualidade de vida. Além disso, mostra-se ser a urologia um campo possível para participação do enfermeiro onde a assistência de enfermagem é capaz de ser inovadora e participativa, na medida em que permite que os pacientes sejam ativos nos processos de cuidado.