O presente artigo resulta de uma pesquisa em andamento cujo título é “Comunidade de Fundo de Pasto: Territorialidades Contemporâneas e as lutas pela Reapropriação Social da Natureza”, e traz por objetivo identificar as representações produzidas pelos atores sociais do Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada – IRPAA, sobre as comunidades de fundo de pasto. Para viabilizá-lo procedeu-se com levantamento bibliográfico e com a estratégia metodológica da Análise Crítica do Discurso (ACD), presente nas imagens dos materiais de formação oferecidos pelo IRPAA, durante os encontros de formação direcionados aos povos tradicionais de Fundo de Pasto das comunidades de Bruteiro, Ipoeira dos Brandões Mocó e Traíra, no município de Jaguarari, Território Norte do Itapicuru, semiárido brasileiro. Evidenciou-se com este estudo a presença da imagem como narrativa religiosa e libertadora, nos discursos, ações e materiais formativos da entidade pesquisada, traduzindo na convivência e na defesa da singularidade e da materialidade a representação do Fundo de Pasto como inclusão pelo processo de participação do tipo ativação, embora apareçam elementos que configuram inclusão do tipo apassivação por beneficiação. Conclui-se com esta abordagem que o movimento de desnaturalização das iconografias ocidentais ainda é um grande desafio, uma vez que os processos educativos promovidos pela entidade estudada, embora tenham por intenção a emancipação humana e a descolonização ainda apresentam elementos de colonização.