Os debates sobre a Educação do Campo no contexto brasileiro reafirmam a necessidade de um modo próprio de conhecimento, rompendo com o formato escolar universal. Nesta discussão, o projeto descolonial apresenta-se como uma alternativa para entender as diferenças e especificidades presente nos aspectos sócio-e-culturais, bem como às lutas e histórias de vida dos sujeitos sociais (MAINAR, 2015; SILVA e SILVA, 2015). Logo, este artigo retratará a história de vida e legado de Olegário Fernandes da Silva (1932-2002), cordelista de Caruaru/PE, utilizando-se do enfoque biográfico-narrativo para evidenciar o processo de resistência na manutenção da cultura de cordel. Assim, o estudo revelou a importância da literatura de cordel para a cultura local e o processo de construção da identidade do sujeito. Esse contato de luta e resistência é fruto da supervalorização de uma cultura externa, internacional, criando estereótipos acerca do “bom” e do “ruim”, ditando normas e controlando o processo de consumo, de leitura, de vestimenta, etc. Desse modo buscamos compreender as histórias de vida e os caminhos que o Cordelista e fundador do museu do cordel trilhou para contribuir com a manutenção da literatura de cordel. Depois do seu falecimento, os filhos mantiveram os trabalhos no museu, mas nos informou que não sobrevivem com a venda dos cordéis. Olegário Filho tem formação em História e sobrevive da profissão docente, atuando na rede municipal de Caruaru/PE. Assim, a cultura popular nordestina ainda constitui-se em um desafio na sua preservação e divulgação, seja em relação ao seu trajeto histórico, seja aos costumes e tradições da referida cultura.Por fim, a história de vida dos sujeitos invisíveis socialmente se mantém como um desafio na construção do sujeito crítico e reflexivo.