Resumo: O envelhecimento resulta em mudanças físicas que podem interferir nas condições de saúde dos indivíduos. As alterações na voz são efeitos comuns da senescência na comunicação que podem prejudicar a vida social do idoso quando associadas a fatores socioeconômicos desfavoráveis, acarretando o adoecimento e a redução da expectativa de vida. Objetivo: Verificar a relação entre condição socioeconômica e fatores associados a alterações vocais em idosos. Material e Método: Amostra de 119 idosos, de ambos os sexos, sem restrições cognitivas, não institucionalizados, frequentadores de centros de convivência. Foi utilizado um questionário para obtenção das condições socioeconômico-demográficas, sendo formados dois grupos. Também foram obtidos os fatores associados à alteração vocal em idosos, sendo selecionados dez fatores envolvendo condições clínicas, além de ocupação e estilo de vida. Todos os fatores foram auto referidos. A análise descritiva considerou as frequências absolutas e relativas. Foram aplicados o teste do Qui-quadrado ou teste exato de Fisher. O nível de significância foi de 5%. Resultados: Maior frequência de idosos do sexo feminino, até 79 anos. O predomínio de idosos foi com renda mais baixa, baixa escolaridade e sem plano de saúde. O refluxo gastroesofágico e os resfriados frequentes foram os mais auto referidos. A maioria dos idosos considerou-se ativo. Alergias respiratórias em idosos com baixa condição socioeconômica foi 34% mais baixo do que em idosos com condição mais alta; resfriados em idosos com baixa condição socioeconômica excede 4,55 vezes a de um idoso com melhores condições; e a prevalência de idosos que utilizou a voz profissional intensamente no passado é 56% menor nos idosos com baixa condição socioeconômica. Conclusão: Nessa amostra, idosos com pior condição socioeconômica possuem maior prevalência de resfriados, menor prevalência de alergias respiratórias e menor exposição ao uso ocupacional intenso da voz no passado.