Resumo: Considerando a existência de um trágico dissociado da tragédia e concebendo o vocábulo drama a partir da práxis aristotélica, que pressupõe um sentido que perpassa da ação ao estado enveredamos por uma análise literária que considera não o “drama escrito”, mas o “drama humano”, com o intuito de refletir acerca da filosofia do trágico que permeia o enredo das narrativas: A Feira, texto dramatúrgico de autoria da norte-rio-grandense, radicada na Paraíba, Lourdes Ramalho e o conto, Ninguém matou Suhura, da escritora moçambicana Lilia Momplé. Saliente-se que tais narrativas, classificadas também a partir da estrutura e extensão, são aqui consideradas em seus conteúdos, os quais nos permitem contextualizar a inquietante realidade das protagonistas, pois é, mais especificamente, para sôfrega condição humana de Zabé e Suhura que voltamos nosso olhar, personagens que compartilham de uma vivência e destino de infortúnios; mártires/testemunhas das agruras do “ser” feminino em conjunturas sociais onde as questões de poder as subalterniza, obrigando-as a experienciar o “drama-na-vida” e o “drama-da-vida”.