A escritora Marina Colasanti destaca-se na literatura brasileira com a escrita de poemas, contos e crítica feminista, sendo também autora de uma vasta produção literária destinada ao público infanto-juvenil. Nessa produção, os contos de fadas ganham relevo, especialmente aqueles que apresentam personagens femininas. Dessa forma, o presente trabalho tem por objetivo analisar o modo como a autora constrói suas personagens femininas nos contos "Entre as folhas do verde O”, e no conto "A mulher Ramada", com a intenção de identificar aspectos relacionados ao arquétipo da mulher selvagem, proposto pela analista junguiana, Clarissa Pinkola Estés. Esse arquétipo se relaciona com a essência feminina que foi ao longo dos tempos suprimida por imposições da sociedade. Essa ausência de aspectos da mulher selvagem é o que tem ocasionado inúmeros sofrimentos a mulher pós-moderna, como por exemplo, as angústias, as depressões que têm afligido inúmeras mulheres. A analista assim, propõem um caminho de resgate a essa essência feminina que pode ser trilhado a partir do trabalho com os contos de fadas. Para tanto, utilizaremos como referencial teórico Estés (1994), Jung. (200), Todorov (2010) e Coelho (2002).