ABREU, Luciana Izis Silva De. A docência como ato performativo. Anais XII CONAGES... Campina Grande: Realize Editora, 2016. Disponível em: <https://editorarealize.com.br/index.php/artigo/visualizar/18312>. Acesso em: 20/12/2024 03:33
Este texto é um recorte da dissertação intitulada: A docência como performatividade e os discursos de subversão. A docência é nomeada como um trabalho feminino pois as mulheres são a grande massa que exerce a profissão, logo discutir o magistério, implica em trabalhar questões de gênero. Percebemos que os discursos que envolvem a docência, a partir da feminização docente no século XIX, estiveram sempre ligados a atributos ditos femininos, mas de que feminino estamos falando? Consideramos que a docência pautada em atributos como o amor, abnegação, paciência estiveram ligados a um único modelo de feminilidade valorizado, em detrimento de outras feminilidades presentes: esta professora feminina fora a única representação que tivemos ao longo da história sobre mulheres no magistério está inserido numa lógica heteronormativa. Contudo, não podemos dizer que esta fora a única feminilidade que está presente na docência pois há diversas feminilidades que não estão visibilizadas. A partir do conceito butleriano de performatividade, trabalho a docência como um ato performativo que gere quais atributos uma professora necessita para ser considerada uma boa professora: esta necessita de ter seu gênero dentro da inteligibilidade para ser considerada uma boa docente capaz de transmitir conhecimentos e valores aos seus alunos. Os discursos performativos que pairam sobre a docência são reguladores de um feminino universal, que não representam todas as feminilidades que estão no magistério. Além disso, percebo que a presença destas professoras causa discursos de subversão pois estas quando exercem a docência nos mostra a desnaturalização dos atributos exigidos para ser uma docência e principalmente o quanto estes são reguladores para a prática em sala de aula.