O Bioma Caatinga encontra-se no nordeste brasileiro, na região semiárida e é rico em matéria prima para fabricação de fármacos sintéticos e/ou fitoterápicos, com base em plantas medicinais. Visando contribuir para um maior conhecimento da vegetação da caatinga, realizou-se a pesquisa etnobotânica na comunidade do Lajedo no município de Santa Terezinha, Paraíba, com 10 famílias. Objetivou-se conhecer as espécies botânicas utilizadas pela população dessa comunidade e suas devidas aplicabilidades. A metodologia definiu-se em etapas de observação e reconhecimento da comunidade, aplicação de questionários semiestruturados, correspondendo a 80% mulheres e 20% homens, com idades entre 27 e 67 anos. Quanto ao grau de escolaridade verificou-se que apenas 1% dos participantes da pesquisa possuía Ensino Médio completo, o restante consistia de 30% de analfabetos e 60% com Ensino Fundamental incompleto, com maioria tendo estudado apenas até o 5º ano do Ensino fundamental. Os moradores em sua maioria são agricultores, 20% são donas de casa e apenas 1% possui benefício concedido pelo governo com aposentadoria. O material botânico coletado está depositado no Herbário CSTR da Universidade Federal Campina Grande, Campus de Patos/PB. Foi utilizada a técnica de amostragem aleatória, com apenas um informante-chave. Foram citadas 44 espécies de plantas medicinais distribuídas em 21 famílias. Dentre estas, as mais representativas em número de espécies foram: Lamiaceae e Fabaceae, com 8 e 6 espécies respectivamente. Com relação às partes das plantas, a mais utilizada foi à folha; a forma mais citada de modo de preparo foi o chá. As principais enfermidades tratadas proveniente da ação dos vegetais, com maior destaque para gripe; inflamação renal; problemas digestivos. Este levantamento etnobotânico comprovou uma grande dependência da comunidade para com as plantas medicinais e o alto número de espécies citadas remete a importância da área de estudo tanto pelo conhecimento popular quanto científico e, assim, promover a conservação dos valores culturais e principalmente das espécies utilizadas pela comunidade.