O homem é um ser de tradição oral, mas por questões ideológicas essa variante se consolidou como inferior em relação à escrita. Em decorrência, o ensino de Língua Portuguesa, por décadas, condicionou as atividades de produções textuais fora do contexto real de uso da língua, estigmatizando a fala ao campo da informalidade e do “erro”, enquanto a escrita correta e formal. Diante da premissa, nos aportamos na teoria sociolinguística para demonstrar que a língua falada e escrita compõe um só sistema linguístico, não devendo ser compreendida a partir de oposições e dicotomias, mas como sistema de relações interativas dentro de um continuum de variações presentes nas práticas sociais, esse pensamento abre espaço para o ensino produtivo da língua que tem como produto final o desenvolvimento da competência comunicativa do discente. A presente análise deu-se por meio de pesquisa bibliográfica, fundamentamo-nos em teóricos que abordam aspectos dessa temática, entre eles, Marcuschi (2001), Antunes (2003), Castilho (1998), Fávero, Andrade e Aquino (2012), entre outras referências básicas nesta discussão.