Trata-se de estudo observacional, descritivo, transversal e retrospectivo que buscou analisar o perfil demográfico, epidemiológico e farmacoterapêutico de idosos residentes em uma Instituição de Longa Permanência para Idosos (ILPI) do estado de Roraima entre janeiro-maio/2015. A fonte dos dados foram prontuários e prescrições médicas de idosos residentes na referida instituição. As variáveis analisadas foram referentes ao perfil demográfico (sexo, idade e tempo de institucionalização); perfil epidemiológico (doenças prevalentes) e; perfil farmacoterapêutico (medicamentos utilizados e número de medicamentos por idoso). A análise descritiva dos dados foi efetuada mediante frequências relativas e absolutas, medidas de tendência central e dispersão. A população total da instituição é de 36 residentes, dos quais 8 (22,2%) apresentavam tempo de institucionalização inferior a um ano sendo por isso, excluídos do estudo. Dos 28 (77,8%) idosos participantes, a maioria (85,7%) é do sexo masculino, com média de idade de 80,0 (±7,8) anos e tempo médio de institucionalização de 6,7 (±6,2) anos. Quanto ao número de doenças observou-se uma média de 3,0 (±1,0) doenças diagnosticadas por idoso e no que se refere a quantidade de fármacos constatou-se uma média de 10,2 (±4,4) medicamentos utilizados por idoso. O perfil epidemiológico demonstrou como principais problemas de saúde às doenças do aparelho cardiocirculatório (40,8%) e os transtornos mentais e comportamentais (25,0%). Sendo as doenças mais prevalentes: Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) (26,3%), demências (13,2%) e depressão (9,2%). A HAS é a patologia de maior frequência neste estudo, seguindo a tendência nacional e local. Quanto ao perfil farmacológico, mais de 90 medicamentos diferentes foram encontrados nas prescrições dos idosos. As cinco principais categorias de medicamentos utilizadas foram: medicamentos neuropsiquiátricos (30%), anti-hipertensivos e/ou diuréticos (22,8%), analgésicos (18,3%), antimicrobianos (15%) e prevenção ou tratamento de osteoporose e/ou deficiência de cálcio (13,9%). Foi observado que 92,8% dos idosos residentes na ILPI estudada utilizaram, no período do estudo, cinco ou mais medicamentos, caracterizando a existência de polifarmácia entre esses idosos, assim como um maior risco de ocorrência de interações medicamentosas e reações adversas. Quando comparado a outros estudos observa-se que nesta pesquisa, os idosos apresentam maior número de medicamentos prescritos. Apesar dos prontuários dos idosos limitarem o acesso a algumas informações devido os dados estarem incompletos ou mesmo inexistentes, os resultados obtidos permitem concluir que um acompanhamento farmacoterapêutico efetivo se faz necessário, bem como a realização de ações educativas tanto para os idosos quanto para os profissionais da saúde com o objetivo de melhorar a qualidade de vida dos idosos, bem como a assistência à saúde prestada na instituição.