Nas últimas décadas, houve uma mudança nas principais causas de morte na população: em 1930, as doenças infecciosas correspondiam a aproximadamente 46% das mortes em capitais brasileiras; em 2003, essa porcentagem era de apenas 5%. Atualmente, há um predomínio das Doenças Crônicas Não Transmissíves (DCNTs), como: diabetes, acidente vascular cerebral e neoplasias e as doenças por causas externas, como as intoxicações. Nessa perspectiva, o presente trabalho analisou o perfil epidemiológico das intoxicações agudas por medicamentos, em idosos, em Campina Grande, entre os anos de 2009 e 2014. Tratou-se de um estudo transversal, retrospectivo, descritivo e analítico desses agravos, todos atendidos e notificados pelo Centro de Informação e Assistência Toxicológica de Campina Grande (Ceatox-CG), Paraíba. Nesse período, foram registrados 1.446 casos de intoxicações por medicamentos, sendo que 2,42% (n=35) ocorreram em pessoas com idade acima de sessenta anos. A maioria dos casos ocorreu em mulheres, na zona urbana e em pacientes com ensino fundamental incompleto. Observou-se que 75% dos psicofármacos foram utilizados na tentativa de suicídio, verificando-se associação significativa com p= 0,014/α=0.05. Ou seja, o uso desse grupo de medicamentos pelos idosos é um fator de risco para as tentativas de suicídio. A frequência das intoxicações agudas por medicamentos, embora abaixo dos patamares nacionais, não é desprezível. Entretanto, os dados sobre as tentativas de suicídio chamam atenção. Portanto, torna-se importante a orientação médica-farmacêutica-familiar, bem como a conscientização de toda a população brasileira para que possam ser evitados agravos relacionados aos medicamentos em idosos.