A partir do final da II Guerra Mundial, o modelo hospitalocêntrico, caracterizado pela centralização do tratamento nos grandes manicômios, ancorados por um modelo biomédico que resultava em tutela, segregação, maus tratos e terapêutica expressa em (des)cuidado aos portadores de transtornos mentais, sofreu grandes críticas, haja vista as precárias condições de amparo aos usuários, muitas vezes submetidos à ambientes inóspitos. Nesta direção, desde o final da década de 1970, foi possível observar quebra de paradigmas na assistência ao portador de transtornos mentais, onde toda a movimentação ideológica e de reestruturação do processo de trabalho culminou na Reforma Psiquiátrica, cujo principal objetivo era garantir as pessoas portadoras de transtornos mentais o gozo dos direitos e da cidadania, sendo assim, apresentava-se uma inovadora proposta de substituição do antigo modelo asilar. Diante disto e com o crescimento da população idosa no cenário mundial, surge assim, um novo desafio para as equipes de saúde e para as famílias: a necessidade de ampliação da assistência ao idoso portador de transtorno mental. Diante disto, este estudo pretende identificar e discutir os desafios na integralidade da assistência ao idoso em saúde mental na atenção psicossocial. Trata-se de um estudo exploratório com natureza reflexiva, aportado no método da revisão bibliográfica que irá buscar identificar e discutir sobre os desafios da integralidade à saúde mental de idosos na atenção psicossocial. A investigação bibliográfica desenvolveu-se no período de maio a julho de 2015, na Biblioteca Virtual de Saúde (BVS) e Google acadêmico, sendo selecionado os artigos com texto completo publicados entre os anos de 2009 a 2013. A busca foi ampliada por meio da pesquisa das referências bibliográficas dos estudos relevantes. Os artigos selecionados receberam leitura crítica de acordo com os critérios inclusivos: apresentarem como objeto de estudo os desafios da saúde mental em idosos na atenção psicossocial e exclusivos: estudos repetidos. Diante os estudos analisados, identificou-se elementos nas dimensões do conceber, do trabalhar, do pensar e do relacionar à loucura, o que desencadeia desafios na assistência de saúde mental contribuindo para ações que não favorecem a integralidade dentro da atenção psicossocial. Com relação aos desafios da efetivação do cuidar integral, observaram-se características como: escassez de recursos com a necessidade de ampliação da infraestrutura extra hospitalar para atender a esse público; incentivo à qualificação, diminuindo assim a inadequação da assistência profissional; rompimento com a estigmatização e negação do transtorno; melhoria do acesso aos serviços de saúde mental e violação de direitos dos usuários. Diante do exposto faz-se necessário uma avaliação do processo de trabalho para identificação dos desafios que assistência à saúde do idoso apresenta, só assim, poderão ser desenvolvidas estratégias que promovam um cuidado mais integral. Por fim, para que se tenha uma assistência humanizada, eficaz e continua, devem-se fortalecer as condutas da equipe interdisciplinar impulsionando-as para uma quebra de paradigmas e barreiras sociais impostas tais como o preconceito, e para que isto aconteça se faz necessário um olhar mais atencioso para a singularidade do idoso portador de transtorno mental, acolhendo-o e tecendo cuidados de acordo com suas demandas.