Este trabalho resulta de pesquisa bibliográfica feita a partir de livros, revistas científicas eletrônicas e sites de publicação de artigos científicos como o Scielo, Lilacs e Pubmed, configura-se como de cunho qualitativo. Entendendo que a velhice não se restringe a uma etapa de decadências físicas e perdas de papéis sociais, mas é possibilidade de vivenciar a sexualidade de forma plena, a premissa é a de que o discurso de ideal de corpo feminino influencia à não expansão da sexualidade na idosa. Dessa forma, sentiu-se a necessidade de conduzir o estudo através de uma perspectiva histórica para melhor compreensão dos fenômenos atuais. Algo que o feminismo, a gerontologia e os demais campos que lidam com idosas tentam desconstruir é a crença de que a sexualidade da mulher idosa não existe. Essa ideia é reforçada a partir do conceito de que seu desejo sexual é extirpado assim que começa a menopausa, uma vez que para toda mulher a sexualidade está intrinsecamente associada à reprodução independendo de idade e opção sexual. Afirmar que as mudanças fisiológicas e anatômicas que ocorrem no corpo da mulher durante o climatério não interferem no seu desempenho sexual seria uma inverdade, porém a redução do corpo da idosa a tais aspectos através do discurso social podem ser limitantes, uma vez que reverberam psicologicamente no sujeito. O saber científico reconhece atualmente que não há esgotamento da sexualidade com o passar dos anos, ao contrário da fala instituída. Porém, devido à influência advinda da sociedade as próprias idosas acabam por acreditar e reproduzir esta visão acerca do corpo em envelhecimento e da sexualidade nesta etapa, sendo necessário trabalhar com estas mulheres a prática do questionamento do instituído, a fim de vivenciar sua sexualidade plenamente. Enquanto o corpo da idosa for algo a ser escondido, algo de que se deva envergonhar, um objeto sem valia, a vida sexual, necessária para a boa qualidade de vida de todo ser humano, não será vivenciada em sua plenitude. Esse corpo precisa estar em pauta, pois, apesar de a sexualidade não se ater aos limites corporais, a repressão sobre o corpo feminino pode limitar a vivência da sexualidade de idosas. Deve-se, então, confrontar as forças instituídas, a fim de trazer à consciência dos sujeitos os mecanismos de controle que os enlaçam, fazendo, muitas vezes, com que sejam coniventes com a própria repressão, e debatê-los de forma incessante, a fim de empoderar as mulheres idosas. Assim, este trabalho pode provocar reflexões naqueles que o leem, possibilitando-os identificar os mecanismos de controle existentes referentes à temática aqui abordada e posicionar-se frente a eles. Além disso, o profissional de psicologia e todo aquele que trabalhe com idosas, poderá repensar a sua prática a partir das questões aqui levantadas.