A grande maioria dos indivíduos chega à velhice com elevada perda de dentes, por acreditarem que é normal e natural do avanço da idade a perda total dos dentes. Não têm conhecimento de que a falta de dentes pode prejudicar a saúde sistêmica. Processos anêmicos e baixo peso são comuns em idosos com perdas dentárias. O edentulismo pode afetar a nutrição desses pacientes e alterar seu bem estar físico e mental, prejudicando o interesse pela vida social. Isso representa a ineficácia dos programas de saúde bucal voltados para essa faixa etária. A falta de planejamento e anos de tratamento apenas curativo resultaram em um acúmulo na demanda. A promoção e a prevenção na saúde bucal devem ser continuamente enfatizadas pelo profissional de uma forma geral. O melhor indicador da qualidade de vida de uma população é o seu estado de saúde, revelando a competência de suas políticas públicas. Este estudo é um relato de experiência de natureza descritiva, com abordagem quantitativa, presenciado pela equipe da Estratégia Saúde da Família (ESF) Centro no município de Icó-Ce, composta por enfermeiro e odontólogo, durante o período de maio a agosto de 2015. Durante esse período, forma realizadas visitas domiciliares pelos profissionais da equipe, onde o foco principal era a saúde bucal de idosos, sendo registrados dados como presença de elementos dentários; estado de saúde dos dentes remanescentes; edentulismo (ausência total de dentes); necessidade de prótese; idade das próteses (nos casos de uso). Além das informações referentes à idade e gênero. Diante dos dados, observou-se que foram realizadas 56 visitas domiciliares, sendo 30 (53,6%) idosos do gênero feminino e 26 (46,4%) do gênero masculino. Dos 56 idosos, 09 (16%) tinham idade superior a 80 anos e destes, 03 apresentavam mais de 90 anos de idade. Do total de idosos visitados, 38 (67,86%) apresentavam ausência total de dentes (edentulismo) e 18 (32,14%) ainda possuíam elementos dentários remanescentes, onde todos apresentavam lesões de cárie e problemas periodontais. Com relação ao uso de prótese, dos 38 idosos edêntulos, 22 usavam próteses totais, onde 07 usavam as mesmas peças a mais de 10 anos. O restante, 16 indivíduos, nunca fizeram uso de prótese e relataram não ter interesse em usá-las. Dos 18 pacientes que apresentavam perda parcial dos dentes, nenhum fazia uso de prótese parcial removível (PPR) e também relataram não se interessarem em fazer uso delas. Foram observados problemas periodontais e cáries em diferentes níveis nestes idosos parcialmente desdentados. Percebemos que ainda restam muitas marcas da odontologia do passado que pregava apenas ações curativas e mutiladoras exercida durante anos, principalmente pelo fato desse grupo populacional conviver com tais práticas desde a juventude, trazendo de longe essa mentalidade de não valorizar a saúde bucal. Avançamos quanto ao atendimento em saúde ser preferencialmente multiprofissional, mas ainda há muito a se avançar em relação à promoção e prevenção, incluindo o idoso no seu autocuidado, evitando o agravamento da doença.