A proposta inicial da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem visa qualificar a atenção à saúde da população masculina na perspectiva de linhas de cuidado que resguardem a integralidade da atenção. O reconhecimento de que a população masculina acessa o sistema de saúde por meio da atenção especializada requer mecanismos de fortalecimento e qualificação da atenção primária, para que a atenção à saúde não se restrinja à recuperação, garantindo, sobretudo, a promoção da saúde e a prevenção a agravos evitáveis. Com base nessa arguição deve-se considerar a heterogeneidade das possibilidades de ser homem relacionando a construção das relações de gênero versus saúde do homem. Considerando que na cultura brasileira o homem não adoece é que se encontra resistência para que o mesmo busque a assistência oferecida na saúde pública, a qual se configura através dos programas, campanhas e estratégias de saúde e, assim possa cuidasse de forma preventiva ao invés da busca pela cura, que é o modelo hospitalocêntrico. Considerando o exposto é que se buscou interagir com esses sujeitos sociais através de reuniões de sensibilização, que compreenderam na realização de um ciclo de palestras realizado no período de setembro a novembro de 2013 em uma rede de supermercados, no município de Campina Grande-PB. As palestras versaram sobre a temática em apresso. Durante a realização das mesmas foi proporcionado aos participantes um ambiente mais confortável onde só se faziam presentes o gênero masculino, assim construindo um elo de confiança e proporcionando a esses participantes uma melhor segurança nos esclarecimentos de suas dúvidas. Tendo em vista que o processo educativo em grupo possibilita às pessoas compartilharem seus saberes e suas experiências relacionados aos cuidados à saúde, nos encontros do grupo onde o tema central foi Cuidado, os sujeitos foram instigados a expor suas opiniões acerca do tema. Nestes encontros os homens mostraram-se, inicialmente, tímidos e inseguros, tendo dificuldades de expor seus pensamentos, mas no decorrer das atividades foram mostrando-se mais confiantes e participativos, demonstrando que o entendimento em relação ao cuidado supera concepções sociais e culturais de que os mesmos não são adeptos ao cuidado de si e dos outros, assim como foi possível observar uma superação da visão biologicista em relação ao cuidado. Ainda nessa oportunidade, por alguns momentos, os participantes fizeram questionamentos sobre o sistema de saúde demonstrando-se, por vezes, insatisfeitos com a atenção recebida o que propiciou reflexões acerca da importância de discutir essa temática. Ao término desta prática, pode-se ressaltar que as atividades grupais podem ser consideradas como uma das melhores formas para se desenvolver ações de educação em saúde, pois este processo valoriza a aproximação das pessoas, sendo utilizado para sensibilizar os homens para a importância do cuidado e para fortalecer o vínculo entre estes sujeitos e os profissionais de saúde, favorecendo assim, a inserção dos homens nos serviços de atenção básica, e, assim seguir as orientações no que concernem promoção e prevenção da saúde.