Historicamente, o acesso das mulheres à educação, inclusive à Educação
Profissional, ocorreu acompanhada da restrição aos conhecimentos não relaciona-
dos sócio-culturalmente a papéis tidos como femininos. Atualmente, os Institutos
Federais (IFs) despontam como instituições de Educação Profissional e Tecnológica
(EPT) que buscam a formação integral de todos(as) os(as) estudantes, combatendo,
portanto, desigualdades de gênero. Neste artigo, analisamos a produção científica
do Programa de Pós-Graduação em Educação Profissional e Tecnológica (ProfEPT)
sobre estudantes mulheres nos cursos técnicos integrados dos IFs de 2019 a 2023.
Constituíram-se referenciais teóricos autores que abordam sobre a EPT, como
Pacheco (2015) e Frigotto (2018); e sobre gênero, como Rocha (2016), Bolzani (2017)
e Kovaleski et al . (2013). O estudo é de natureza qualitativa, de caráter exploratório
e bibliográfico, do tipo “Estado do Conhecimento”. Como fonte de pesquisa, utiliza-
mos o Catálogo de Teses e Dissertações da Coordenação de Aperfeiçoamento de
Pessoal de Nível Superior (CAPES) e o Observatório do ProfEPT. Os trabalhos foram
selecionados a partir da leitura dos títulos, resumos e palavras-chave. Para a análise,
utilizamos a Técnica de Análise de Conteúdo Categorial Temática. Localizamos sete trabalhos, que foram lidos na íntegra. Os resultados das produções mostraram que
as mulheres ganharam espaço nos cursos técnicos integrados dos IFs. Apesar disso,
as relações de gênero continuam impactando negativamente o acesso e a perma-
nência das mulheres em áreas majoritariamente ocupadas por homens. Nos cursos
dessas áreas, tradicionalmente tidas como masculinas, os índices de matrícula são
menores e os de evasão são maiores por parte das mulheres. Ressaltamos a neces-
sidade de mais pesquisas que abordem o tema das desigualdades de gênero no
âmbito dos IFs para aprofundamento desses achados.
Palavras-chave: Gênero, Cursos técnicos integrados, Institutos Federais, Educação
Profissional e Tecnológica, Estado do conhecimento.