Diante de um cenário crescente de denúncias de assédio e outras violências de gênero, onde as estudantes do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte – Campus Mossoró relatam meios ineficazes para institucionalizar estas denúncias, surgiu a necessidade de desenvolver uma pesquisa-ação para analisar, acompanhar e propor intervenções cênicas com estas estudantes do ensino médio integrado ao técnico. Tal pesquisa visa compreender como as artes podem estimular o empoderamento e as ações pela emancipação feminina, em seu sentido mais amplo, ao se referenciar na metodologia do Teatro das Oprimidas (T.O.). Sendo atravessado pela ideia de que “todo mundo é teatro”, o T.O. conta seus enredos em uma po(ética) política feminista e antirracista, elaborando sua escrita a partir do que contam os próprios corpos, por isso, tem servido de alicerce para processos de intervenção desenvolvidos na Educação Profissional e Tecnológica do IFRN Campus Mossoró. A primeira experiência do Teatro das Oprimidas foi vanguardeada pela atriz e escritora Bárbara Santos, em 2010, no Rio de Janeiro, em um laboratório ocorrido um ano antes, somente com mulheres. No IFRN Campus Mossoró, a pesquisa se desenvolve a partir do Teatro Imagem e do Teatro Fórum, com jogos inspirados nas contribuições de Augusto Boal para o Teatro do Oprimido. Espera-se apresentar as práticas educacionais interdisciplinares desenvolvidas no Teatro das Oprimidas do IFRN Campus Mossoró, fazendo desse espaço um meio para o autoconhecimento e o combate às violências sistêmicas.