VIEIRA, Patricio De Albuquerque et al.. . Anais do V CINTEDI... Campina Grande: Realize Editora, 2024. Disponível em: <https://editorarealize.com.br/index.php/artigo/visualizar/108277>. Acesso em: 23/11/2024 00:42
Diversos estudos acerca da prostituição discutem a necessidade da ocultação dessa prática por parte de mulheres que precisam proteger suas famílias e, principalmente seus filhos, dos olhares preconceituosos e do estigma social. Diante do desemprego e da miséria, muitas garotas abraçam a atividade prostitucional como uma forma de sobrevivência, tendo que decidir entre o meretrício e a universidade, haja vista que o atendimento aos clientes acontece, muitas vezes, conforme o horário livre deles, fato este que impossibilita a garota de programa organizar seu tempo para dedicar-se a um curso superior. Nesse contexto, o presente trabalho tem por objetivo relatar os obstáculos que impedem uma prostituta paraibana de ter acesso ao ensino superior. Para tal, realizamos uma entrevista semiestruturada com uma prostituta residente em João Pessoa, capital da Paraíba, a fim de identificar as dificuldades enfrentadas por ela que ocasionam o seu não acesso à universidade. As respostas obtidas foram analisadas levando em consideração os fundamentos teóricos de Beauvoir (1980), Engel (2004), Lopes (2023), Pasini (2009), Pereira (1976), Rago (2008) e Vieira (2016), pesquisadores que evidenciam a relação direta do meretrício com a economia. Os resultados deste trabalho apontam para o fato de que os serviços domésticos, a necessidade de cuidar dos familiares, a adequação ao horário disponível dos clientes e o cansaço físico são as principais “pedras” que impedem a profissional do sexo em questão de ter acesso ao ensino superior.