Os paradigmas ideológicos acerca dos arquetípicos feminino e masculino estão configurados num tempo pretérito imemorial. Algumas narrativas infantis, sobretudo os contos de fada, tem em relevo estes modelos de representação do ser humano: ao feminino confere-se submissão e obediência, atitudes que no porvir serão compensadas com o “felizes para sempre” ao lado do príncipe, que é a modelagem do masculino representada pela heroicidade. O corpus deste trabalho alicerça-se em destacar na narrativa Os Doze Irmãos –conto dos Irmãos Grimm , a presença destas configurações em quatro das personagens da narrativa. Nosso olhar não terá por base a preocupação em discorrer sobre as questões sócio-políticas de igualdade. Mas, de referenciar como a arte, sobretudo a literatura, capaz de retratar as configurações das relações humanas. Para tal, recorremos à contribuição de Jung e de seus discípulos, trabalhando com o conceito de arquétipo.