O ingresso do governador Romeu Zema na gestão de Minas Gerais no ano de 2019 trazia os prenúncios de um aprofundamento do viés neoliberal na gestão estatal ao disseminar as ideias de menos Estado, mais mercado. A ênfase, já anunciada na proposta de governo, em desestatização, na lógica de que os serviços públicos não precisariam ser ofertados diretamente pelo Estado e de que a gestão pública tem que se equiparar à gestão privada, traçava os modi operandi neoliberal que coadunaria com uma gestão educacional baseada na racionalidade técnica e na descentralização das responsabilidades de gerenciamento. No intuito de compreender o que de fato se consolida e como se consolida sob as influências dos ideais neoliberais nas políticas de gestão educacional mineira, realizamos a pesquisa bibliográfica e documental, que analisou os documentos do partido NOVO, o qual o governador Zema se vincula, políticas de gestão educacional implementadas em governos anteriores (2003-2019), e documentos referente aos programas SOMAR e Gestão pela aprendizagem (programas de gestão educacional implementados no decorrer da primeira gestão do governo Zema). A análise dos documentos em diálogo com os referenciais teóricos da área, como Paro (2012), Freitas (2014, 2018) entre outros, nos permitiu apreender como resultados que: 1. As políticas de gestão educacional implementadas na gestão Zema (2019-2023) só foram possíveis por um histórico de políticas de gestão educacional marcadas sob o viés neoliberal; 2. O que se consolida na gestão educacional tem fortes influências do modus operandi do partido político “NOVO; 3. Os programas Somar e Gestão pela Aprendizagem apresentam um modus operandi neoliberal baseado na competitividade, na descentralização de responsabilidades do Estado, na transferência de responsabilidades aos municípios e entidades privadas, com foco na gestão gerencial e na avaliação como mecanismo regulador.