A institucionalização de idosos tem sido uma demanda emergente, visto os impactos promovidos pelo envelhecimento na população brasileira. Tais instituições seguem normativas específicas de funcionamento, que estabelecem critérios e condutas a serem adotadas, inclusive quanto aos seus membros da equipe de saúde. Estudos apontam uma condição bucal precária em idosos institucionalizados e a falta de cirurgiões-dentistas nas equipes multidisciplinares. O presente trabalho relata um caso clínico de atendimento odontológico a paciente idosa e fragilizada em uma instituição de longa permanência (ILP). Paciente M.H.M., sexo feminino, 97 anos, foi encaminhada para atendimento odontológico por meio da equipe multiprofissional que a acompanhava. Trata-se de idosa portadora de Alzheimer, lúcida e cooperativa. Ao exame clínico e radiográfico verificou-se a necessidade de exodontia dos elementos dentários 22, 23, 33, 34 e 43, todos com lesões cariosas que causaram destruição coronária e estavam causando injúrias nos tecidos bucais da paciente. Foram solicitados os exames pré-operatórios que determinaram a liberação da paciente e o planejamento foi feito de modo a dividir os procedimentos cirúrgicos em três visitas à ILP. Todos estes procedimentos foram realizados à beira do leito, sob monitoração de pulso e oxigênio constante, o que possibilitou que não houvesse intercorrências. A utilização do laser de baixa potência juntamente com as suturas promoveram hemostasia local e uma cicatrização satisfatória, fato que foi confirmado após o retorno para acompanhamento e remoção das suturas. Conclui-se através deste relato de experiência, que o atendimento odontológico em ILP é possível e contribui para melhorar a qualidade de vida de pacientes, que se encontram em uma situação de fragilidade. Além disso, demonstra a importância da inserção de cirurgiões-dentistas capacitados para assistência à pessoa idosa nas equipes de saúde das ILP.