INTRODUÇÃO: Os opióides são uma classe farmacológica narcótica recomendada pela OMS para o manejo de dores intermediárias e intensas, sendo amplamente utilizados nos cuidados paliativos. Na prática, o uso de opióides mostra-se desafiador quando administrado em idosos devido ao risco de desenvolver dependência, neurotoxicidade e toxicidade hepática. OBJETIVO: Descrever os desafios clínicos enfrentados no uso de opioides no cuidado paliativo em idosos. METODOLOGIA: Foi realizado um estudo de revisão bibliográfica utilizando os seguintes descritores em ciências da saúde: "Opioid-Related Disorders", “Palliative Care” e "Aged" nos bancos de dados: BVS, PubMed e Scielo, dos quais foram selecionados 11 artigos publicados nos últimos 5 anos, que tiveram como critério de elegibilidade a relevância do artigo em relação ao tema. RESULTADOS: As condições geriátricas comumente encontradas são: prevalência de quedas, dificuldades de mobilidade, incontinência urinária, insônia. Estudos mostram que o uso de opioide é benéfico no que se refere a oferecer melhor qualidade de vida aos pacientes que se encontram em cuidados intensivos, reduzindo o sofrimento psicológico e diminuindo os riscos de mortalidade. Todavia, o uso de opióides pela população idosa causa neurotoxicidade devido a sensibilidade ao efeito desses fármacos, além de aumentar o risco de envelhecimento prematuro, e um declínio funcional precoce. Verificou-se também que condições associadas e uso indevido das drogas aumentam ainda mais o prejuízo causado por eles nessa população. Outrossim, é importante constar que provedores de cuidados paliativos expressaram dificuldade no tratamento de dependência por opioides. CONCLUSÃO: É essencial que os provedores de cuidados paliativos em idosos considerem abordagens multidisciplinares e estratégias personalizadas diminuindo doses medicamentosas, alternando o uso de opioides e buscando aperfeiçoamento para um melhor manejo dos pacientes que demonstram dependência do uso desses fármacos.