Este trabalho consiste em uma revisão narrativa, buscando descrever e discutir o estado atual do comportamento suicida na população idosa, sob ponto de vista teórico e contextual através de análise da literatura publicada em livros, artigos de revista impressas e/ou eletrônicas, bem como na interpretação e análise crítica dos autores. Essa categoria de artigos têm um papel fundamental para a educação continuada pois, permite ao leitor adquirir e atualizar o conhecimento sobre uma temática específica em curto espaço de tempo. A maioria dos artigos analisados articula o comportamento suicida com questões médicas, psiquiátricas, neurológicas e de saúde mental. Ao se analisar o construto sob um escopo mais amplo, nota-se que há questões psicológicas, microssociais, econômicos, dentre outros fatores. De acordo com a série histórica analisada, de 2010 a 2021, pela Secretaria de Saúde do Estado do Ceará, houve um incremento na mortalidade autoinfligida para a faixa etária de 60 anos e mais, que passou de 15,3% em 2010 para 20,0% do total de suicídios em 2021. Estes dados estão de acordo com o aumento da taxa de mortalidade relatada pela Organização Mundial de Saúde, para países de baixa renda, segundo as estimativas globais de saúde para o período 2000 a 2019. A Atenção Primária de Saúde, ao configurar o primeiro nível de acesso aos serviços de saúde, necessita estar munida de dados que exponham a relevância da pronta identificação e compreensão expandida, acerca da multidimensionalidade dos fatores de risco para suicídio na população idosa, para a qual os cuidados primários em saúde mental e atenção psicossocial são, frequentemente, negligenciados em detrimento da medicalização para doenças crônicas não degenerativas, tais como hipertensão arterial e diabetes mellitus. Dessa maneira, poderão ser delineadas, aplicadas e avaliadas intervenções adequadas às especificidades do território em que idosos em intenso sofrimento vivem, se relacionam e adoecem.