É sabido que as mulheres negras estão na base da chamada e difusa pirâmide social. Para além disso, a população negra bem como a não negra, como um todo não recebe uma Educação sistematizada, seja na rede pública ou privada de ensino, que pense e organize a construção do pensamento crítico fora dos alicerces eurocentrados. Essa realidade compromete a promoção de uma Educação formal e/ou não formal antirracista, ou em que, a matriz de regimento seja desconexa do pensamento colonizado, construindo uma cultura e um imaginário social que naturaliza os lugares sociais. Assim, mulheres negras podem ter uma construção identitária negativa, arraigada a pressupostos ligados a “História única” ainda contada nas escolas, em que, a agencia história do povo negro e das mulheres negras é ligada exclusivamente à escravidão. Outro fator a ser considerado neste cenário, é o das “imagens de controle”, que empregam e promovem a manutenção de instrumentos racistas na realidade cotidiana de mulheres negras. Dessa maneira, a epistemologia, bem como as reflexões estabelecidas pelo feminismo negro, sendo este oriundo do movimento ativista, tornam-se essenciais à formação do pensamento crítico de mulheres negras, principalmente dentro de uma conjuntura racista como a brasileira. Para construir as problematizações dispostas no presente texto, recorreu-se a intelectuais como: Lélia González (2021); Patricia Hill Collins (2019), Sueli Carneiro (2003; 2005) Winnie Bueno (2020), bell Hooks (2019; 2020), entre outros/as. Assim, conclui-se que, o feminismo negro junto às suas potencialidades se constitui em uma episteme que possibilita construções outras, capazes de fomentar a (re)construção da identidade de mulheres negras, a medida que as empodera de si, entre si, para o mundo.