A presente comunicação tem como objetivo compartilhar os diálogos e interlocuções de uma pesquisa, em construção, sobre o protagonismo das mulheres negras, indígenas, quilombolas, amazônidas na Universidade Federal do Amazonas, no Instituto de Ciências Sociais, Educação e Zootecnia (ICESZ). O ponto de partida da reflexão aqui apresentada são dois conceitos elaborados por bell hooks: pedagogia engajada e comunidade de aprendizagem. A autora teoriza sobre o processo crítico e reflexivo que pode levar a uma mudança, uma prática, uma cura da pessoa ou das coletividades, desde que tenha como finalidade a libertação. Bell hooks, ancorada no pensamento de Paulo Freire, acredita que a construção da educação pode ser humanista, antirracista, anti-homofóbica, antissexista e seja capaz de reconhecer as vozes das pessoas, estimulando o senso crítico de si mesmos e da realidade em seu entorno. O percurso metodológico e epistemológico da presente comunicação está pautado na construção de um pensamento crítico e de uma pedagogia engajada, estratégia atravessada pela dialética dialógica, ou seja, reconhecimento das contradições do vivido e das leituras que fazemos da vida e realidade. Por meio da partilha das vivências, ecoar as vozes, compartilhamentos dos saberes e interação o processo de aprendizagem, construção e desconstrução vai sendo construído. Trata-se, portanto de compartilhar os saberes de experiência tecidos no interior da universidade, considerando, sobretudo as narrativas de si de estudantes, professoras em formação e do protagonismo construído neste contexto. A epistemologia feminista negra, como proposta decolonial, tem impulsionado a construção de espaços dialógicos onde os saberes de experiências e vozes marginais emergem. O ecoar destas vozes rompem com os silêncios que historicamente foram demarcados para determinados corpos. Estes corpos e vozes subalternizados emergem como grito de cura potencializando o protagonismo das mulheres na universidade.