Esta pesquisa é motivada pela compreensão e pela defesa de que a obra de Paulo Freire é fonte fundamental de saber para a (re)construção da escola pública fundada nos princípios da democracia. Nesse processo, a profissão docente é, com certeza, uma via altamente política e eficaz no que tange às influências desencadeadas nos processos formativos humanos e sociais, afinal, os(as) docentes são os grandes arquitetos(as) da formação educacional/cultural da comunidade escolar e, consequentemente, de toda a sociedade. Consoante a isso, quando presenciamos ataques ideológicos e político-partidários a Paulo Freire, como vimos nos últimos anos, logo pensamos que os professores são as pessoas que mais podem contribuir para desconstrução desses cenários falaciosos que visam destruir o legado deixado pelo autor. Todavia, quando percebemos que há a adesão de professores ou a omissão deles diante desses ataques, somos levados a questionar: o que os docentes da atualidade sabem sobre Paulo Freire? Partindo dessa questão-problema, este estudo visa desenvolver uma pesquisa-intervenção de natureza formativa junto aos professores de educação básica buscando resgatar conhecimentos sobre Paulo Freire e/ou apresentar a proposta da Pedagogia libertadora do autor e assim propagar no Brasil os conhecimentos essenciais da vida e obra do autor. Os procedimentos metodológicos consistem em: coleta de dados sobre a questão-problema por meio de questionários e de entrevistas e, concomitantemente, desenvolvimento de estudos de textos do autor e análises de vídeos/documentário sobre ele. O referencial teórico tem como base as obras de Paulo Freire, com prioridade: Freire (1987, 2002, 2003, 2006). Essa pesquisa é uma continuação da pesquisa de doutoramento de Pontes (2017), que apontou lacunas importantes no âmbito da formação continuada docente e o consequente alheamento docente quanto às ideias freireanas. No ano de 2023, a pesquisa está sendo desenvolvida em uma escola de educação básica no interior do estado de São Paulo.