A elaboração deste artigo emerge das provocações epistemológicas desenvolvidas na linha de pesquisa “Saberes Culturais e Educação na Amazônia”, do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade do Estado do Pará. O programa assume uma postura de luta para o fomento de uma educação contra-hegemônica, revelando e legitimando Outras práticas orientadas por sistemas de libertação contrários às heranças da colonização ocidental. Desse modo, importa sinalizar nesse cenário, a discussão acerca da interculturalidade e suas distintas confluências a partir do mapeamento das produções acadêmicas ao logo dos dezoito (18) anos de constituição da linha, objetivando verificar as relações existentes desta categoria nas dissertações do PPGED-UEPA sobre distintos olhares no processo de construção do conhecimento. Essa proposta estruturou-se em uma pesquisa bibliográfica, de abordagem qualitativa e ancorada a partir da utilização da modalidade metodológica Estudo do Conhecimento, sendo fundamental para observar os enfoques sobre as inquietações teóricas reflexivas. Os referenciais teóricos mais pertinentes para a discussão foram: Ivanilde Oliveira (2015), Vera Candau (2016), Reinaldo Fleuri (2014), Catherine Walsh (2009) e, Marília Morosini e Cleuni Fernandes (2014). Ao realizarmos a revisão das literaturas evidenciamos as problemáticas reveladas pelos/as autores/as e apontamos elementos importantes ao repertório de análises. Para além de um rito teórico-metodológico, este artigo entende as produções como artifício de denúncia dos paradigmas hegemônicos mediante sinalizações pluriversais. O estudo constatou que de 2005 a 2020 (período disponível das dissertações) a Interculturalidade na perspectiva crítica se apresenta como um movimento epistêmico e sociopolítico, apresentando múltiplas contextualizações acerca das relações assimétricas provocadas pela colonialidade, incorporada nos mais variados universos educacionais e estabelecendo a alteridade como referencial praxiológico.