Este trabalho tem como objetivo analisar como professores da rede pública, que atuam na Sala de Recursos Multifuncional (SRM), em diferentes redes, significam a sua atividade docente. A perspectiva teórico-metodológica adotada é da psicologia histórico-cultural. As informações foram coletadas mediante entrevista junto a duas educadoras, uma que atua no município de Santo André, Grande São Paulo, e outra vinculada à rede estadual de Alagoas. As entrevistas são do tipo não estruturadas, com o intuito de dar liberdade às pessoas para falar, enquanto para análise emprega-se a Análise Temática, por esta considerar o discurso como ferramenta de produção de dados. Ao se fazer um resgate legal sobre a temática, as Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica, sancionada em 2001, estabelece a aprendizagem cooperativa para todos em sala de aula regular, mas também permite que haja um espaço específico, de caráter “preparatório”, para o acesso a sala comum, na possibilidade de existência de salas especiais em caráter transitório. Com a promulgação da Política de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva, em 2008, a Educação Especial passa a ser entendida como uma modalidade transversal, que perpassa todas as etapas e modalidades de educação. Sob essas condições, mesmo havendo marcos legais de âmbito nacional, nota-se que existem diferenças regionais na sua aplicação, como público atendido e concepções teórico-metodológicas adotadas. Emerge, das falas das educadoras entrevistadas, a descrição de um cenário de atendimento que mudou com os anos em sua forma, junto às normativas, uma vez que ambas as redes contam com mais recursos e profissionais, mas que, quando se analisa seu conteúdo, ainda não se nota significativas alterações atitudinais, de possibilidade de acolhimento a todos e de trabalho com as desigualdades sociais que constituem nosso país.