A proposta deste artigo é apresentar jogos étnicos de diferentes culturas a serem trabalhados na Educação Básica, assim como o histórico de origens híbridas, o desenvolvimento e as regras de cada um. Entendemos que o currículo educacional no que tange o uso da Lei no 11.645/2008, que postula a obrigatoriedade do ensino da cultura e da história afro-brasileira e dos povos indígenas é em larga medida explicitado apenas nas disciplinas de ciências humanas. No entanto, a vasta epistemologia das culturas afro-brasileira e ameríndias precisam estar inseridas no currículo. Neste contexto, o artigo tem por objetivo propor a abordagem de jogos étnicos como recurso educativo na área do conhecimento de Matemática e Linguagens, especificamente Artes e Educação Física. Com isso, demonstrar que a diferença cultural pode ser trabalhada para além dos conteúdos históricos ou disciplinares. Para a realização deste estudo, fizemos um levantamento bibliográfico sobre os diferentes tipos de jogos étnicos de origem africana e indígena, tendo como pressuposto que o jogo, como prática social, engloba manifestações lúdicas de forma que possibilita processos educativos. Através do método de pesquisa exploratória foi realizado o jogo chamado "o Fio de Ariadne", na turma do 5° ano do Ensino Fundamental no Instituto de Aplicação Fernando Rodrigues da Silveira – CAp UERJ. O jogo consiste em introduzir com a contação do mito de Ariadne, e posteriormente os alunos têm de recontar a história a seu modo. O resultado foi o desenvolvimento da criatividade e da memória. Nas considerações finais, concluímos então, que um currículo baseado na diferença, tende a superar os conteúdos eurocêntricos que desde sempre colonizam hegemonicamente a educação, ocasionando preconceitos, estereótipos imaginários, hierarquização e individualismo. A busca por uma educação que se desconstrói é um caminho para o desvio, para os caminhos nômades e a descolonização de saberes e culturas.