Derrotada nos tribunais e classificada enquanto anticonstitucional, a proposta do Movimento Escola sem Partido ainda merece nossa atenção pedagógica e política; isto, porque os objetivos do movimento não parecem restritos à esfera legal, mas disputam a opinião pública. Nossa pesquisa permite a compreensão de que o Movimento Escola sem Partido ganha força em um contexto em que outras iniciativas conservadoras e que visam o controle dos conteúdos e métodos de ensino ganham protagonismo no debate educacional. Nesse trabalho, nos propomos a debater como a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e o chamado “novo Ensino Médio” podem acolher temáticas sensíveis como Gênero e sexualidades e relações étnico-raciais no atual contexto de conflito, disputas pelos sentidos da Educação Escolar e vigilância da Escola, em sua função pública, e dos professores e professoras, em sua liberdade de cátedra. A presente discussão está inserida em pesquisa ampla, parte de nossa Tese de doutoramento. São objetivos deste trabalho: localizar e problematizar as questões de gênero e étnico-raciais nos itinerários formativos do “novo ensino médio” e na BNCC, discutir o alcance do discurso do movimento Escola sem Partido e suas interferências no fazer pedagógico cotidianos dos docentes de História, analisar as implicações para o trabalho docente do contexto de conflagração ideológica permanente que a conjuntura nacional impõe à instituição escolar.