A docência matemática na Educação Básica é conduzida pelos professores polivalentes, aqueles cuja formação inicial em Pedagogia respalda a gestão dos objetos do conhecimento dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental. Nesse universo de múltiplos saberes é natural que o cenário da matemática apresente diferentes configurações, especialmente se tecermos um comparativo entre realidades públicas e privadas. Neste artigo, objetivamos investigar o quantitativo de alunos que os professores polivalentes atendem em sala de aula, buscando também identificar se essa quantidade interfere no planejamento das aulas de matemática, e como tais aulas são organizadas/distribuídas ao longo da semana. As entrevistas foram conduzidas via WhatsApp por estudantes da disciplina “Conteúdo e Metodologia do Ensino de Matemática” do curso de Pedagogia da Universidade Federal do Amazonas (UFAM) com a participação de 25 professoras/es das redes públicas e privadas de Manaus (AM). Os resultados apontam para a divergência entre a quantidade de alunos em escolas públicas e privadas, de modo que isso tende a influenciar o planejamento pedagógico das professoras e professores, sobretudo no que se refere a interação com atividades diferenciadas e lúdicas. Além disso, no âmbito público, os professores/as referiram as dificuldades de infraestrutura, a sobrecarga de trabalho e as diferentes composições de aprendizagem dos estudantes. Em síntese, as entrevistas nos permitiram compreender o cenário da matemática em Manaus (AM), evidenciando dificuldades e possibilidades formativas, desvelando também indicadores que devem habitar a formação de professores a fim de produzir reflexões e estratégias interventivas em prol do investimento em mudanças efetivas na Educação Básica, articulando universidade, escola e comunidade.