A alimentação escolar existe no Brasil desde meados do Século XX e é popularmente conhecida como merenda escolar. A contribuição dessa suplementação alimentar é, indubitavelmente, inestimável. Muitos estudos já foram publicados a respeito desse assunto, no entanto, as doenças transmitidas por alimentos, as DTAs, têm sido negligenciadas. As DTAs têm diversas etiologias e resultam frequentemente em doenças diarreicas. Estas, por sua vez, se constituem a segunda causa de morte de crianças menores de cinco anos, no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde. Considerando isso, o objetivo do presente estudo foi verificar se as publicações científicas sobre alimentação escolar pública contemplam as doenças transmitidas por alimentos, no Brasil. O estudo abrangeu os três periódicos com maior número de publicações sobre o assunto, na plataforma SciELO Brasil, entre 2017 e 2021. A pesquisa foi feita utilizando as palavras-chave “alimentação escolar” e “school food”, com um total de 54 e 77 artigos, respectivamente. Os critérios de exclusão foram: o estudo não ser realizado no Brasil e/ou não tratar da alimentação escolar pública. Após a exclusão das sobreposições obteve-se um total de 85 artigos. Os títulos e os resumos desses artigos foram lidos e agrupados, por conteúdo. Nenhum artigo tratava diretamente sobre DTAs. Mas, sete (8,2%) artigos que tratavam de educação alimentar e nutricional, Boas Práticas em Unidade de Alimentação e da atuação de nutricionistas no Programa Nacional de Alimentação Escolar foram lidos na íntegra para averiguar se contemplavam as DTAs, mas o resultado foi negativo. Dada a importância epidemiológica das DTAs faz-se necessário que esse assunto seja abordado sistematicamente nas escolas.