Os estudos que tratam sobre o aprendizado por demonstração se baseiam em pesquisas sobre a percepção de movimento biológico, a qual refere-se à capacidade de perceber a forma móvel de uma figura humana a partir de uma quantidade limitada de estímulos, como de luzes pontuais localizadas nas articulações do corpo em movimento. Porém, não se sabe se existe uma ligação direta entre a percepção de movimento e os déficits relacionados à idade. O objetivo deste estudo foi analisar se indivíduos idosos saudáveis possuem a percepção biológica do movimento prejudicada. Trata-se de um estudo transversal e analítico, de caráter quantitativo. Os indivíduos foram submetidos à avaliação por meio da Ficha de Avaliação do Perfil Epidemiológico, Edinburgh Handedness Inventory e Miniexame do Estado Mental. Após a avaliação, foram submetidos à Tarefa de Percepção do Movimento Humano, na qual eles observaram os estímulos como pontos brancos em um fundo preto e tiveram que decidir se o estímulo representava um movimento natural ou não natural. Realizou-se a análise estatística descritiva, através das medidas de tendência central e dispersão (média e desvio padrão) e das diferenças qualitativas. Seis indivíduos participaram do estudo, sendo três do sexo feminino e três do sexo masculino, com idade média de 64,5 anos. Foi observada uma diminuição no número total de acertos por indivíduo e nenhum participante acertou a descrição verbal do movimento de varrer. O que pode ser justificado pelo movimento biológico sofrer alterações com o avançar da idade, onde estudos vem demonstrando que os adultos mais velhos são prejudicados na detecção e discriminação movimentos de pontos de luz. Desta forma, conclui-se que indivíduos idosos saudáveis podem apresentar a percepção do movimento humano prejudicada. Além disso, faz-se necessário a realização de novas pesquisas com maior número amostral, a fim de se obter resultados com maior fator de impacto populacional.